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28/03/2006
-
16h50
SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
O "Big Brother Brasil" serve para transformar anônimos em famosos, em uma cultura sedenta por fábulas de alpinismo social. Mas a sexta edição do programa, que termina hoje, fracassou nesse objetivo. A realidade superou a farsa televisiva. Hoje nenhum participante do "BBB" é mais popular que o caseiro Francenildo, aquele que mandou Antonio Palocci para o paredão.
Apesar da pasmaceira do "BBB6", a Globo fará uma nova edição do programa em 2007. Afinal, no período das férias, os telespectadores tendem a rejeitar reprises. Diferencial da emissora, o "reality show" ajuda a manter o faturamento publicitário. O problema deste ano foi a escolha de um elenco chocho, preguiçoso e previsível.
Sem conflito, não há história, e o "BBB6" foi um fiasco no ibope das mesas de bar. Neste verão, os brasileiros se empolgaram mais com histórias de anônimos fora da casa --como a Katilce, fã beijada pelo Bono, o vocalista do U2, ou o Francenildo, demitido do emprego e abandonado pela namorada após denunciar a presença do ministro da Fazenda na república do lobby.
O programa também deixou a desejar na sua tarefa de lançar corpos para ensaios de nudez. Houve a "Playboy" da coelhinha gaúcha Juliana Canabarro, e a bailarina cearense Roberta Brasil deve estampar a edição de abril da revista masculina. Mas nada de frisson nem burburinho como se viu, por exemplo, com a nudez da ex-miss Grazi ("BBB5").
No próximo ano, a Globo será obrigada a rever o formato do programa, a fim de reavivar o interesse do telespectador pela nova safra de anônimos. Deveria reduzir o número de participantes. Neste ano, foram 14. É rosto demais para guardar. O "reality show" também deveria ser mais curto: quase três meses é tempo exagerado, propício ao tédio.
Mas o principal é diversificar os perfis dos ocupantes da casa, fugindo dos clichês e retratando mais a diversidade brasileira. Chega da overdose de sarados e beldades exibicionistas, de cérebros vazios, ou caricaturas do tipo "sou humilde, feio, mas sou gente boa".
O público quer ser surpreendido, quer injeção de realidade. O primeiro trimestre acaba, e o único registro relevante para a história da TV brasileira no período foi o documentário "Falcão - Meninos do Tráfico", uma produção independente exibida no "Fantástico" com imagens e depoimentos reveladores sobre a vida de crianças e jovens no tráfico de drogas. Foi um alvo certeiro da Globo. Já o "BBB6" foi um tiro no pé.
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Editor de Ilustrada da Folha Online
O "Big Brother Brasil" serve para transformar anônimos em famosos, em uma cultura sedenta por fábulas de alpinismo social. Mas a sexta edição do programa, que termina hoje, fracassou nesse objetivo. A realidade superou a farsa televisiva. Hoje nenhum participante do "BBB" é mais popular que o caseiro Francenildo, aquele que mandou Antonio Palocci para o paredão.
Apesar da pasmaceira do "BBB6", a Globo fará uma nova edição do programa em 2007. Afinal, no período das férias, os telespectadores tendem a rejeitar reprises. Diferencial da emissora, o "reality show" ajuda a manter o faturamento publicitário. O problema deste ano foi a escolha de um elenco chocho, preguiçoso e previsível.
Lula Marques/Folha Imagem |
Nenhum anônimo do "BBB" ofusca Francenildo na TV |
Divulgação |
Pescadora Mariana é a opção pelo rostinho bonito e jovem |
Divulgação |
Baiana Mara entrou na casa do "BBB6" por sorteio |
Divulgação |
Rafael exibiu corpo, flertou e apostou na imagem de galã |
O público quer ser surpreendido, quer injeção de realidade. O primeiro trimestre acaba, e o único registro relevante para a história da TV brasileira no período foi o documentário "Falcão - Meninos do Tráfico", uma produção independente exibida no "Fantástico" com imagens e depoimentos reveladores sobre a vida de crianças e jovens no tráfico de drogas. Foi um alvo certeiro da Globo. Já o "BBB6" foi um tiro no pé.
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