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14/04/2006
-
09h00
RICARDO CALIL
do Guia da Folha
"Árido Movie", do pernambucano Lírio Ferreira, tem o que se poderia chamar de "núcleo dos maconheiros", três amigos do protagonista interpretados por Selton Mello, Mariana Lima e Gustavo Falcão. Ao longo do filme, eles têm uma série de "sacadas" que lhes parecem geniais --como invadir uma plantação de maconha no sertão de Pernambuco--, mas que se revelam equivocadas assim que o "barato" passa.
O filme em si sofre de problema semelhante. Co-diretor de "Baile Perfumado" (97), Ferreira fez uma obra com excesso de idéias --algumas interessantes, outras pouco inspiradas--, o que resultou em um trabalho irregular e dispersivo.
Na trama, Jonas (Guilherme Weber), que trabalha como homem do tempo em uma TV de São Paulo, retorna à sua terra natal, no interior de Pernambuco, para o enterro do pai que pouco conheceu. Para ir do Recife ao Vale do Rocha, ele pega uma carona com a videomaker Soledad (Giulia Gam), que está fazendo um documentário sobre a região. Na cidade do pai, Jonas se defronta com uma mistura de problemas arcaicos, como a escassez de água, e signos da modernidade, como torres de telefonia celular --além de uma rara geografia humana, com matadores de aluguel, políticos corruptos e índios espiritualizados.
No afã de dar conta de todos esses elementos da realidade nordestina, Ferreira não conseguiu desenvolver nenhum a contento. Ele demonstra enorme dificuldade para descartar idéias que não funcionam. Quis falar tudo, mas disse pouco. Ao menos, acertou na escolha do cineasta Murilo Salles para a fotografia desglamourizada do sertão e dos músicos Otto, Kassin, Berna Ceppas e Pupilo para a trilha original. O esforço para realizar o filme com parcos recursos e longe dos grandes centros de produção merece todos os elogios. Mas não esconde o fato de que "Árido Movie" representa um retrocesso em relação a "Baile Perfumado".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Lírio Ferreira
"Árido Movie" sofre com excesso de idéias
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do Guia da Folha
"Árido Movie", do pernambucano Lírio Ferreira, tem o que se poderia chamar de "núcleo dos maconheiros", três amigos do protagonista interpretados por Selton Mello, Mariana Lima e Gustavo Falcão. Ao longo do filme, eles têm uma série de "sacadas" que lhes parecem geniais --como invadir uma plantação de maconha no sertão de Pernambuco--, mas que se revelam equivocadas assim que o "barato" passa.
Divulgação |
Protagonista da trama é interpretado por Selton Mello |
Na trama, Jonas (Guilherme Weber), que trabalha como homem do tempo em uma TV de São Paulo, retorna à sua terra natal, no interior de Pernambuco, para o enterro do pai que pouco conheceu. Para ir do Recife ao Vale do Rocha, ele pega uma carona com a videomaker Soledad (Giulia Gam), que está fazendo um documentário sobre a região. Na cidade do pai, Jonas se defronta com uma mistura de problemas arcaicos, como a escassez de água, e signos da modernidade, como torres de telefonia celular --além de uma rara geografia humana, com matadores de aluguel, políticos corruptos e índios espiritualizados.
No afã de dar conta de todos esses elementos da realidade nordestina, Ferreira não conseguiu desenvolver nenhum a contento. Ele demonstra enorme dificuldade para descartar idéias que não funcionam. Quis falar tudo, mas disse pouco. Ao menos, acertou na escolha do cineasta Murilo Salles para a fotografia desglamourizada do sertão e dos músicos Otto, Kassin, Berna Ceppas e Pupilo para a trilha original. O esforço para realizar o filme com parcos recursos e longe dos grandes centros de produção merece todos os elogios. Mas não esconde o fato de que "Árido Movie" representa um retrocesso em relação a "Baile Perfumado".
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