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10/05/2006 - 21h13

Igreja se prepara para estréia de "O Código Da Vinci"

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da Ansa, em Nova York

As igrejas cristãs dos Estados Unidos preparam uma contra-ofensiva para enfrentar a estréia do filme "O Código da Vinci", baseado no livro de Dan Brown, que já vendeu 46 milhões de exemplares em todo o mundo. O filme estreará na próxima semana.

A Conferência dos Bispos Católicos produziu um documento e criou um site de internet, ambos titulados como "Jesus decodificado", para responder ponto a ponto ao livro.

O medo é de que o sucesso do filme possa dar credibilidade aos aspectos da trama que não agradam à Igreja, como que a divindade de Cristo foi inventada depois de sua morte por razões políticas, que Jesus e Maria Madalena eram casados em segredo, que sua descendência continua até a época moderna, e que uma sociedade secreta está tentando esconder a verdade sobre essa relação.

O documento foi entregue à NBC, apesar de muitas das afiliadas da rede televisiva não terem decidido se o emitirão.

Mas ao contrário do que aconteceu em 1988 com "A última tentação de Cristo", o filme de Martin Scorsese, que foi boicotado por militantes cristãos porque aludia a uma relação sexual entre Jesus e Maria Madalena, desta vez muitas igrejas vêem a estréia do filme de Ron Howard como uma imprevista benção.

O objetivo comum de batistas, católicos, luteranos e metodistas é desacreditar as teorias teológicas do livro, e reafirmar a ortodoxia cristã.

A diocese católica de New Hampshire, onde vive e trabalha Dan Brown, organizou dez seminários em diferentes paróquias para oferecer sua versão da história. Por sua vez, a Boston Catholic Television emitirá um programa titulado "Cracking the code" (quebrando o código, em português), no qual buscará desmistificar as afirmações feitas no livro e no filme.

O filme de Ron Howard, com Tom Hanks como um dos personagens principais, estreará nas salas de cinema no dia 19 de maio. Durante o final de semana seguinte, algumas igrejas batistas exibirão uma transmissão da Church Communication Network, com o objetivo de corrigir a tese da história da Igreja que "O código da Vinci" mostrou a milhões de pessoas.

"A chave da leitura é que o Código é uma novela, apesar de Brown nos fazer acreditar que se trata de acontecimentos verdadeiros", disse Elizabeth Feren, uma paroquiana de Hooksett, em New Hampshire, que mediará alguns seminários.

As igrejas decidiram se preparar para a estréia do filme com o mesmo objetivo, apesar de não com o mesmo espírito de que quando estreou o controvertido "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson.

"Em 2004, 'A Paixão de Cristo' criou uma tendência, deu às igrejas a oportunidade de utilizar o filme para a evangelização", disse Eric Reed, diretor da revista Leadership.

Uma recente pesquisa da revista, orientada ao público religioso, revelou que 53% dos pastores têm intenções de realizar algum evento relacionado com a estréia do "Código da Vinci".

O próprio Tom Hanks viu o potencial que o filme representa para a Igreja. "Se colocarem um cartaz que diga 'nesta quarta-feira discutiremos o evangelho' reunirá doze pessoas, mas se um aviso disser que será discutida a mudança do código da Vinci, então compareceriam centenas", disse o ator.

Para Kelley Spoerl, presidente do departamento de Teologia do St. Anselm College, em Manchester, "estamos frente a um desses momentos nos onde os ensinamentos da Igreja, sua história e sua tradição, cruzam com a cultura popular".

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