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16/05/2006 - 11h19

Cannes aposta na renovação para atrair a mídia

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MARÍA CARMONA
da France Presse, em Paris

Grandes cineastas como Pedro Almodóvar e Aki Kaurismaki e jovens talentos disputarão a Palma de Ouro do 59º Festival de Cannes, que começa nesta quarta-feira (17) apostando na renovação e no sucesso certeiro da megaprodução "O Código da Vinci", que inaugura o evento.

O oscarizado Ron Howards, diretor do filme que é adaptação do polêmico e bem sucedido livro "O Código da Vinci", de Dan Brown, e as figuras principais de seu elenco multimilionário --o americano Tom Hanks e a francesa Audrey Tautou--, abrirão o tradicional desfile de astros e estrelas presentes no festival.

Patricia Arquette, Ethan Hawke, Gérard Depardieu, Fanny Ardant, Bruce Willis, Nick Nolte, Juliette Binoche, Gena Rowlands, Halle Berry, entre muitos outros, também ajudarão a abrilhantar a festa.

Há alguns anos os organizadores do Festival de Cannes optam por exibir, apesar de fora de competição, superproduções que lhes garantam uma boa repercussão junto à mídia. Foi assim que aconteceu no ano passado, com a exibição na abertura do mais recente episódio da saga "Guerra nas Estrelas".

A presença deste tipo de filme, "programado para fazer sucesso comercial", em um festival que é considerado o templo do cinema "de arte" pode causar estranheza, mas, segundo o diretor artístico do evento, Thierry Frémaux, "'a alquimia particular de Cannes torna possível a convivência de todos os tipos de cinema: tudo é uma questão de dosagem".

Depois da aguardada estréia da superprodução hollywoodiana, a competição terá início com a apresentação dos 20 filmes em disputa pela Palma de Ouro. Os prêmios serão entregues no dia 28 pelo júri presidido pelo cineasta chinês Wong Kar-wai e formado por atores como Tim Roth, Samuel L. Jackson, Helena Bonham-Carter, Zhang Ziyi e Monica Belluci.

Seleção

Na seleção oficial, em que predomina claramente o cinema europeu (11 filmes), estão três obras de diretores latino-americanos.

O Brasil participa com o longa "Sonhos de Peixe", de Kirill Mikhanovsky, e o curta "Alguma Coisa Assim", de Esmir Filho, na 45ª Semana Internacional da Crítica (a mais antiga seção paralela do Festival de Cannes, que tem por vocação revelar novos cineastas). "O Monstro", de Eduardo Valente, será apresentado na competição oficial de curtas-metragens e "Justiça e Insulto", de Bruno Jorge, na seção curtas-metragens da seleção da Cinefundation.

"Sonhos de Peixe", co-produção entre Brasil e Estados Unidos, é o primeiro longa-metragem de Kirill Mikhanovsky, russo que migrou para os Estados Unidos e que escolheu o Brasil para trabalhar.

Fato excepcional, dois cineastas mexicanos aspiram à Palma de Ouro: Alejandro González Iñárritu e Guillermo del Toro --é verdade que em ambos os casos são produções internacionais.

Alejandro González Iñárritu apresentará "Babel", longa-metragem protagonizado por Brad Pitt, Cate Blanchett e Gael García Bernal, para o qual contou com a colaboração de Guillermo Arriaga, autor dos roteiros de suas duas obras anteriores, as bem-sucedidas "Amores Brutos" e "21 Gramas", e que recebeu no ano passado o prêmio de melhor roteiro de Cannes por "Três Enterros", dirigido pelo ator Tommy Lee Jones.

Já Guillermo del Toro apresentará "El Laberinto del Fauno", rodado na Espanha e cujo elenco é encabeçado por Sergi López e Maribel Verdú. O terceiro é o argentino "Crónica de Una Fuga", de Adrián Caetano, diretor que já apresentou em Cannes "Bolivia" e "Un Oso Rojo".

Premiados

Os três latino-americanos competem com alguns dos maiores cineastas do mundo e já premiados em Cannes: o espanhol Pedro Almodóvar, que tentará obter com "Volver" --estrelado por Penélope Cruz e Carmen Maura-- a Palma de Ouro que escapou por pouco de suas mãos em 1999 com "Tudo Sobre Minha Mãe" (que levou o prêmio de melhor direção), o finlandês Aki Kaurismaki, o britânico Ken Loach, o italiano Nanni Moretti (Palma de Ouro em 2001 por "O Quarto do Filho"), que apresenta este ano o militante "Il Caimano", ou o turco Nuri Bilge Ceylan (Grande Prêmio do Júri em 2003 por "Uzak").

Três filmes representam o cinema francês na competição: "Flandres", de Bruno Dumont, "Selon Charlie", de Nicole Garcia, e "Quand J'Etait Chanteur" de Xavier Giannoli.

O cinema norte-americano é representado por três jovens cineastas: Sofia Coppola, com "Maria Antonieta", Richard Linklater, com "Fast Food Nation", e Richard Kelly, com "Southland Tales".

"O Festival de Cannes 2006 será de renovação", garante Frémaux. A prova disto está na seleção oficial, em que, ao lado de grandes cineastas, estão os da "geração ascendente", na qual Frémaux incluiu, por exemplo, Sofia Coppola, González Iñárritu, o chinês Lou Ye ou o franco-argelino Rachid Bouchareb.

Mas o festival quer "assumir riscos, exibindo também filmes cuja presença em Cannes poderá surpreender", afirmou Frémaux.

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