Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/06/2006 - 08h38

Ecstasy ainda é principal droga de balada, diz DJ

Publicidade

LEANDRO FORTINO
da Folha de S. Paulo

Apesar de ser a grande atração entre as dezenas de festas que antecedem a Parada Gay de São Paulo, no próximo sábado, o DJ Danny Tenaglia, 45, referência básica na noite nova-iorquina, deixa claro: "Não gosto de ser associado a um tipo específico de público".

Uma das figuras mais tradicionais nos toca-discos de Nova York, Tenaglia tocará no Brasil pela quarta vez. Em São Paulo, apresentou-se em 1998, no extinto clube B.A.S.E. "Foi onde me diverti de verdade", conta o DJ, famoso por seus sets longos, nos quais propõe um passeio numa montanha-russa.

"Gosto de tocar por muitas horas porque quero levar as pessoas a uma jornada. Não gosto de tocar pesado e rápido e ir embora. Começo um pouco mais denso, meio minimal, chique e experimental, para depois colocar o público para cima, com tribal e progressive e até um pequeno toque de trance. É uma montanha-russa."

Para Tenaglia, por causa dos estilos variados que toca, ele costuma atrair todos os tipos de gente: jovens, velhos, gays, heterossexuais, negros, brancos... "Seja você mesmo", declara o DJ, dono da festa Be Yourself, que, durante cinco anos, foi o ponto de encontro daqueles que estão na balada por um único motivo: a música.

A noite acontecia às sextas, no clube Vynil, mesmo local onde, no domingo, a house vocal rolava solta na inesquecível festa Body & Soul.

"No Vynil, não eram vendidas bebidas alcoólicas. Então, todos sabiam que aquele clube era para dançar e só. Era como a minha sala de estar", relembra o DJ, que mantém o equipamento do extinto clube na sala de sua casa.

Tenaglia não se cansa de dizer como está animado para tocar em SP, na quarta, na The Week. "A única coisa que me tira do sério é quando dizem que estou drogado. Alguns me vêem tocando com tanta energia e acham: "Ele tem de estar drogado". Ficam impressionados porque adoro abraçar as pessoas, adoro responder a e-mails, gosto de tirar fotos, sou muito acessível, mas nunca usei drogas", afirma.

Com 25 anos de carreira, Tenaglia relembra os problemas que o abuso de drogas causaram na noite nova-iorquina.

"Todos os clubes foram fechando por causa das drogas, de overdoses. Depois de esses clubes fecharem, as pessoas tinham de vir para a minha festa de cara limpa. A polícia não fechou a Vynil, como fez com todos os outros. Fechamos porque venderam o prédio para virar apartamentos."

Ele prefere pensar que ninguém usa drogas, mas sabe que isso nem sempre é verdade: "Quando tocava na Twilo [em uma das noites gays mais famosas do mundo, no final dos anos 90], era o auge da quetamina [anestésico de animais usado como droga e conhecido por "special K'] em Nova York. Hoje não a usam tanto. O ecstasy ainda é a principal droga".

Para Tenaglia, o segredo da longevidade é não ficar parado. "O que me deixa tão animado e jovial nesse universo é o fato de eu mudar o tempo todo. Não me esqueço do passado, adoro as raízes, adoro deep house, garage, soul, os clássicos da Motown. Mas sempre mudei com a evolução. Sempre embarquei em estilos novos, sem nunca me desprender das raízes."

O DJ trará para o Brasil "milhares de músicas". "Carrego discos de vinil, CDs e um computador. Mas não uso o computador para fazer mixagens; busco a música que quero e gravo em CD. Quando eu vou tocar, já sei 65% das músicas que vou usar. Não sei exatamente em que momento tocarei uma ou outra, mas sei que conquistarei o público." É ver para crer.

Leia mais
  • Medo do PCC vai prejudicar parada gay, diz organização
  • "Homofobia é crime" vira tema de 10 anos da parada gay de SP
  • "Gay Day" volta ao Hopi Hari e muda para domingo
  • Confira a programação da semana da parada gay

    Especial
  • Leia a cobertura completa da parada gay de SP
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página