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16/06/2006 - 02h21

"Gay família" é maioria na parada de SP, diz pesquisa

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ANTÔNIO GOIS e
DANIELA TÓFOLI
da Folha de São Paulo

A maior parte dos gays que participaram em 2005 da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo --a nova edição ocorre amanhã, na avenida Paulista-- tinha relacionamentos estáveis. Alguns já viviam, inclusive, com filhos, em relações que duravam mais de dez anos.

Essas são conclusões de uma pesquisa feita no ano passado pelo Clam (Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos), em parceria com a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo e com as universidades Cândido Mendes, USP e Unicamp.

Para o coordenador do Clam, Sérgio Carrara, as estatísticas ajudam a combater o senso comum de que as relações entre gays são frágeis e baseadas no desejo sexual.

"Esses dados contrariam, por exemplo, a posição da Igreja Católica e do papa [Bento 16], que declarou recentemente que as relações homossexuais são feitas de um amor frágil."

Foram ouvidos 973 participantes. Entre os que declararam não ser heterossexuais, 45% disseram estar casados ou namorando. A maior parte das relações (37%) durava menos de um ano, mas o número aumentava conforme a idade. Entre os de 40 anos ou mais, 39% viviam havia mais de seis anos com o mesmo parceiro.

Participantes da parada, o professor Marcos, 41, e o publicitário Paulo, 50, são prova de relacionamento duradouro. Juntos há sete anos, eles lembram que o começo do casamento passou por uma fase de adaptação.

"Como em todo relacionamento, a gente estava se conhecendo. Mas o amor é mais forte que tudo", diz Sérgio. "Agora, estamos nos preparando para ter um filho. Queremos adotar no ano que vem."

A pesquisa do Clam mostra que 14% dos casais homossexuais que foram à parada têm filhos e, em 52% desses casos, eles são de relação heterossexual anterior. "Esses dados indicam que as relações estáveis são realidade. É por isso que temos de discutir os direitos desta população", diz Carrara.

Os administradores Sérgio, 38, e Carlos, 37, também esperam a regulamentação de seus direitos. Vivendo juntos há nove anos, sonham com um casamento legalizado para poderem, por exemplo, ter o mesmo plano de saúde. "Hoje, um não pode ser dependente do outro. Estamos juntos há mais tempo do que muito casal heterossexual", diz Sérgio.

Amanhã, o casal vai se divertir na parada. "Adoramos." Ontem, a diversão começou com a 6ª Feira Cultural GLBT, no largo do Arouche.

Entre o público heterossexual da parada passada, a pesquisa indicou que a maioria foi de mulheres (dois terços). Pesquisa do Datafolha no evento, em que 435 pessoas foram ouvidas, mostrou que 46% dos participantes disseram ser heterossexuais. Entre as mulheres, o número subia para 66%.

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