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17/06/2006 - 20h25

Parada gay surpreende e bate novo recorde

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DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online

A 10ª Parada Gay de São Paulo terminou na noite deste sábado sob a mesma divergência do ano anterior: o número de pessoas que participou do evento. Segundo a organização da parada, o público foi de 3 milhões. Já a Polícia Militar diz que 2,5 milhões de pessoas circularam por todo o trajeto da festa, que foi da avenida Paulista, passando pela rua da Consolação e acabando na praça Roosevelt (centro). Tanto uma versão quanto a outra mantêm a parada como o maior evento GLS do planeta, além de estabelecer um novo recorde de público.

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Cores da bandeira brasileira dividiram espaço com o rosa na 10ª parada gay de São Paulo
Cores da bandeira brasileira dividiram espaço com o rosa na 10ª parada gay de São Paulo
O número ultrapassa a expectativa inicial, que era de 2 milhões de pessoas. Favoreceram o céu claro e o sol. A meteorologia previa chuviscos e temperatura mínima de 15 ºC na cidade.

O lema da parada deste ano foi "Homofobia é crime". A frase se refere a um projeto de lei da deputada Iara Bernardi (PT-SP) que considera crime a homofobia, fixando penas para os homofóbicos.

Segundo o assistente de cabeleireiro Douglas Gonçalves, 23, a parada é um bom momento para se "acabar com estereótipos e preconceitos". Gonçalves foi ao evento com sua namorada, Michelle Vera, 20. "Está é a minha primeira vez na parada. Não vi nada que tenha me incomodado, apenas pessoas que se gostam festejando", afirma.

Para outros, porém, o evento também é local de trabalho. Foi o caso do do gogo boy Luciano Aparecido, 27. Aparecido desfilou pelo trio elétrico da Agência Top. Ao descer do carro, foi requisitado por ao menos cinco homens que pediam seu telefone. "Estou aqui divulgando meu trabalho, mas são também meus 15 minutos de fama. Me sinto até famoso". Essa pode ter sido a última edição da festa na avenida Paulista.
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Multidão de 2,5 milhões foi às ruas. Organização aponta 3 milhões
Multidão de 2,5 milhões foi às ruas. Organização aponta 3 milhões


Neste ano, as cores do arco-íris que identificam o movimento GLBT dividiram espaço com verde e amarelo da seleção brasileira. Os participantes da parada também enfrentaram dificuldades para encontrar banheiros químicos e longas filas se formaram nos poucos estabelecimentos comerciais que permaneceram abertos.

Encerramento

No final do evento muitas pessoas passaram mal por excesso de bebida e ficaram sem atendimento. A própria assessoria da parada informou que a carência de médicos era "enorme". O número de atendidos oscila entre 40 e 50 pessoas, segundo funcionários das ambulâncias da Samu (Serviço de Atendimento Médico e Urgência).

"Ainda não conseguimos fazer a contagem exata de quantas pessoas passaram mal, mas sabemos que não houve nada grave. Na hora, foi desesperador", declarou a vice-presidente Associação da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), Regina Sachini. Segundo Sachini, o número alto de ocorrências deste tipo se deve às bebidas de má qualidade vendidas por camelôs, além da falta de cuidados com a alimentação.

Os trios elétricos que participavam do desfile conseguiram chegar à dispersão na praça Roosevelt antes do esperado e o som parou de tocar às 19h40. No entanto, milhares de pessoas lotavam a rua da Consolação e continuavam pulando e cantando. Boa parte das que não foram para a casa se dirigiram à região da República, onde diversas boates fazem a continuação da festa GLS. A contagem do público da parada foi feita pelos coronéis Salgado e Roberto Litrenta.

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Trio elétrico da 10ª parada gay de São Paulo exibe faixa: "Homofobia é Crime"
Trio elétrico da 10ª parada gay de São Paulo exibe faixa: "Homofobia é Crime"
Novo endereço

O prefeito Gilberto Kassab (PFL) acompanhou o lançamento da parada e declarou que "acha difícil" que o evento seja na mesma região, no ano que vem.

Kassab deixou a parada por volta das 14h30, quando a drag queen Silvetty Montilla, ícone da cultura GLS paulistana, ainda discursava no trio elétrico que abriu a festa. Devido à ameaça de mudança, Silvetty, trajada com um vestido de arco-íris, puxou gritos de "a Paulista é nossa".

Buscar um novo endereço é uma idéia defendida não apenas pela Prefeitura de São Paulo, como também pelo Ministério Público Estadual.

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