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01/07/2006 - 11h59

Artistas apóiam Cildo Meireles e criticam reeleição de Cid Ferreira na Bienal

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GUSTAVO FIORATTI
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Cildo Meireles acendeu uma faísca ao ameaçar retirar seu trabalho da próxima edição da Bienal de São Paulo como forma de protesto contra a permanência do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira no conselho da Fundação, decidida em votação. Outros artistas escalados a participar da mostra, em depoimento à Folha, manifestaram indignação e surpresa quanto à decisão; muitos deles dizem que também pensam em adotar algum tipo de protesto.

"É desmoralizante, mediocrizante, para a Bienal compactuar com esse gangsterismo. Ridículo imaginar alguém de dentro da prisão tomando parte nas decisões de uma instituição tão importante", diz Cildo Meireles. O artista ainda não definiu se vai manter a decisão de retirar o seu trabalho da mostra, que abre em outubro. "Preciso ainda conversar com a curadora Lisette Lagnado", diz.

"Acho que o Cildo é um artista coerente dentro de sua trajetória política e artística. Ética e arte estão coladas para ele em um pensamento só. Acho que o depoimento dele é coerente", diz Lagnado, vinculando o discurso do artista a antigos trabalhos seus, relacionados a moedas e instituições financeiras. Sobre a permanência de Cid Ferreira no conselho, a curadora preferiu não se manifestar.

Conhecido por performances que tiram o público da posição passiva, Marcelo Cidade diz que dificilmente não vai se manifestar. "Como Cildo Meireles, eu sinto que meu trabalho admite atuação. É uma vergonha essa eleição. Totalmente incoerente com a proposta de uma mostra que tem como tema 'Viver Junto'", diz Cidade.

Lucia Koch, outro nome na lista de artistas escalados, acha que os artistas da Bienal deveriam se reunir para tomar uma decisão conjunta, mas que não tenha ação contra a curadoria. "É importante deixar claro que o trabalho da Lisette em nada tem a ver com essa eleição."

O presidente da Fundação Bienal, Manoel Pires da Costa, preferiu não falar sobre o protesto de Cildo Meireles, mas disse que a decisão de manter Cid Ferreira "evita pré-julgamentos". "Ele não foi julgado, não cabe ao conselho da Bienal julgá-lo antes da Justiça", disse. O conselho reúne 60 participantes, sendo que 38 estiveram presentes na assembléia que votou a permanência de Cid Ferreira, na última sexta.

Especial
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