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13/07/2006 - 16h30

Ex-mulher de Nobel de literatura era espiã mexicana, diz relatório

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da Ansa, na Cidade do México

A escritora Elena Garro, primeira mulher do Prêmio Nobel de Literatura Octavio Paz, era espiã do governo mexicano, segundo revelaram documentos oficiais do Arquivo Geral da Nação.

De acordo com os relatórios, Elena foi informante da Direção Federal de Segurança mexicana pelo menos entre 1962 e 1970. Sua função era fornecer informações sobre o movimento estudantil, intelectual e político da época.

Os documentos sobre a espionagem foram tornados público depois de uma solicitação de um cidadão não-identificado ao Instituto Federal de Acesso à Informação (Ifai). "Tais documentos destacam que Elena Garro era informante do governo federal", diz o relatório entregue pelo Ifai.

Elena, que ficou muito tempo exilada em Paris, trabalhou para a Inteligência mexicana durante o mandato do presidente Gustavo Díaz Ordaz, acusado de conduzir o chamado Massacre de Tlatelolco, ocorrido em 2 de outubro de 1968, às vésperas dos Jogos Olímpicos.

Os documentos mostram que ela, também vigiada pela espionagem mexicana, teve um encontro acidental com Lee Harvey Oswald, acusado de assassinar o presidente norte-americano John F. Kennedy.

Manifestações

Elena exilou-se em 1974 em Madri e depois voltou ao México, mas fugiu para Paris depois da onda de manifestações contrárias ao governo em 1968, que culminaram nesse massacre.

Devido ao massacre, Paz, autor de "Labirintos da Solidão", renunciou a seu cargo de embaixador na Índia. O poeta estava separado dela desde 1959, depois de 22 anos de casamento.

Depois de voltar ao México em 1993, Elena Garro foi morar em Cuernavaca, onde morreu em condições precárias em agosto de 1998, apesar de Paz ter sempre a apoiado economicamente.

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