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30/07/2006 - 08h43

Quinteto de "Hermes e Renato" grava "O Proxeneta"

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LUCAS NEVES
da Folha de S. Paulo

Desfeito o mistério sobre a identidade da filha de Bia Falcão, é hora de sair à cata de indícios para descobrir quem tentou matar o empresário Franco Faraco. Quem? Figura proeminente da indústria de latrinas, ele catalisa o jogo de detetive ao sofrer um atentado no primeiro capítulo de "O Proxeneta". A minissérie, com previsão de estréia em outubro, é a primeira incursão pela dramaturgia seriada do quinteto que, há seis anos, escreve e protagoniza os esquetes cômicos do "Hermes e Renato", na MTV.

Se a pista em "Belíssima" era a idade da herdeira da vilã, aqui a chave do enigma está nos pés do criminoso, que calçava galochas (!). "Na história, quem vai assumir a presidência da Barro na Louça é o yuppie Ralph Romero, que se será um grande vilão", adianta Felipe Fagundes, 26, o protagonista da outra série que a trupe prepara para breve, "Sinhá Boça".

Nessa, o personagem-título -já visto no "Hermes e Renato"- é um ás da cantada (ainda que só ele pense assim) que se vê no epicentro de um drama folhetinesco: é preso depois de ser acusado de roubo por um colega da faculdade. "No fim, o título vai fazer sentido", garante Fausto Fanti, 27.

Na hora de gravar a trama de suspense e a saga do galanteador gauche, o grupo esbarrou na inexperiência da MTV em dramaturgia. "Encontramos dificuldades para fazer minissérie numa estrutura de jornalismo, enxuta. Não temos verba para figuração, por exemplo", conta o empresário do grupo, Lecuk Ishida. "Nossa estrutura é de guerrilha: batemos córner e cabeceamos", metaforiza Fagundes. Planejam deixar a emissora musical, então? "Estamos contentes com a liberdade que a MTV nos dá. Em outro lugar, seríamos tolhidos."

Maquiagem da irmã

Censura nunca combinou com a inquietação criativa dos membros desse grupo de Petrópolis (região serrana do Rio). Quando a turma de adolescentes se meteu a gravar esquetes de humor em esquema caseiro, no fim dos anos 90, a família de Fanti apoiou. "A gente filmava na casa dele, usando o figurino dos pais, a maquiagem da irmã e transformando a lavanderia em bar", lembra Adriano Silva, 26, mais conhecido do público como Joselito, aloprado cujas proezas incluem colocar sete chumbinhos na corrente sangüínea da irmã.

Em 2000, o grupo decidiu enviar à MTV um VHS estrelado pelos cafajestes Hermes e Renato, inspirados em Jece Valadão e cia. A nostalgia da pornochanchada (sem a libidinagem, mas mantendo a carga de palavrões) agradou à direção do canal, que exibiu os esquetes sob a forma de vinhetas. O público pediu mais, e o quinteto ganhou um espaço de 15 minutos. Em 2002, o tempo de antena dobrou e o grupo trocou a cidade imperial (onde as ocupações variavam de repórter da "Tribuna de Petrópolis" a balconista de videolocadora) por São Paulo. No mesmo ano, a banda-sátira de heavy metal Massacration deu os primeiros trinados (leia mais ao lado).

De lá para cá, a ressalva que se fez ao quinteto foi pela aposta freqüente no palavreado chulo e numa certa apologia da violência. "Quem critica isso não está preocupado com inovação, com o fato de a TV estar estagnada", defende Marco Antônio Alves, 28.

Já Bruno Sutter, 27, credita a opção do grupo de não se inspirar no noticiário (como faz o Casseta) à gama de interesses do público-alvo. "Quando você é adolescente, não pensa em política. Tem suas questões próprias a resolver."

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