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31/07/2006 - 18h43

Mel Gibson vira alvo de críticas por dirigir bêbado nos EUA

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da France Presse, em Los Angeles

Detido por dirigir embriagado e questionado por supostas declarações anti-semitas, o ator e cineasta americano Mel Gibson, um dos mais famosos de sua geração, viveu um fim de semana de pesadelo midiático, que pode afetar duramente sua imagem.

Em um editorial do influente suplemento sobre Hollywood "Variety", o produtor Peter Bart afirmou nesta segunda-feira que a "queda (de Gibson) será vertiginosa. As críticas vão assassiná-lo, uma parte do público vai desdenhar de seu trabalho. Sua credibilidade como diretor ficará seriamente comprometida."

Tudo começou na madrugada de sexta-feira, quando Gibson foi detido por dirigir a 140km/h, 75km/h acima da velocidade máxima permitida na estrada de Malibu, o balneário mais famoso do Pacífico californiano, a 25km de Los Angeles.

O teste de teor alcoólico no sangue a que foi submetido o protagonista de "Máquina Mortífera" mostrou que o astro tinha um teor uma vez e meia superior ao limite legal. Ele foi detido por cinco horas e liberado após pagar uma fiança de 5 mil dólares.

O caso foi levado para a promotoria, mas além do aspecto legal, o incidente mancha a reputação do ator que a revista "Forbes" classificou em 2004 de "a estrela mais influente" daquele ano.

O site "tmz.com", que divulgou em primeira mão a notícia, informou que Gibson deu fortes declarações anti-semitas diante da polícia no dia da detenção. "Os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo", teria sido uma das frases ditas pelo ator e diretor de 50 anos, pai de sete filhos, após se referir aos policiais como "judeus de merda".

De acordo com a fonte, o ator abusou dos comentários e chegou a brincar com a silhueta de uma das oficiais presentes. A Polícia não confirmou nenhuma dessas informações.

Gibson tentou pôr panos quentes no escândalo com um pedido de desculpas, assumindo a responsabilidade pelos fatos e admitindo ter problemas com o alcoolismo. "Agi como uma pessoa completamente fora de controle quando fui detido, e disse coisas infames, que não são verdadeiras", indicou o ator em um comunicado enviado ao popular programa de TV "Access Hollywood".

"Lutei durante toda a minha vida adulta contra o alcoolismo, e me arrependo profundamente de minha recaída", acrescentou.

Judeus

Organizações judaicas americanas não demoraram a reagir, de forma muito mais rápida do que quando Gibson preparava "A Paixão de Cristo", um filme que nasceu a partir de uma interpretação literal da Bíblia, e que também gerou protestos por referências consideradas anti-semitas.

"No pedido de desculpas de Mel Gibson não há arrependimento, e não é suficiente", disse o presidente da Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), Abraham Foxman. "Suas declarações revelam finalmente quem ele é e mostram que os protestos sobre sua boa fé durante o debate em torno do filme A Paixão de Cristo não passaram de uma mentira", acrescentou.

"Esperamos que os encarregados de Hollywood tomem, de agora em diante distância desse anti-semita", concluiu o dirigente da ADL.

Colocando o dedo na ferida, o site TMZ.com informou que o ator foi detido duas vezes nos últimos dois anos por excesso de velocidade em Malibu, mas que a polícia o liberou.

Mel Gibson, que ganhou dois Oscar com "Coração Valente" e faturou 611 milhões de dólares de bilheteria com "A Paixão de Cristo", é uma das pessoas mais influentes e requisitadas da indústria cinematográfica.

Este ano, ele prepara a estréia de outro filme sob sua direção, "Apocalyto", que deve entrar em cartaz em dezembro, mas depois desse incidente, seus planos podem ser adiados.

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