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02/08/2006 - 10h26

Especialistas criticam perda da identidade do Cirque du Soleil

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VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo

O virtuosismo das performances do Cirque du Soleil, que se conhece ao vivo ou por DVD, pode mascarar condicionamentos de um padrão.

"Elogio aquilo que a gente vê, de acabamento estético inegável, e reprovo aquilo que a gente não vê: artistas que perdem muito da sua identidade", afirma o ator, palhaço e malabarista Alexandre Roit, 37, com pelo menos 20 anos de dedicação às artes circenses.

Em 2001, em Nova York, ele assistiu a "Drailon" (1999) e teve a chance de freqüentar os bastidores por um final de semana. "Vi muitas pessoas no backstage sem aquela energia vital para o artista de circo. A estrutura os consome", diz Roit. Ele não nega a consistência daquilo que é levado ao palco. "Mas tem um preço, não é despeito."

Para o professor do núcleo de montagem circense da Escola Livre de Teatro de Santo André, Marcelo Milan, o Soleil ocupa um papel, que cumpre bem, dentro da indústria do entretenimento. "A vinda da companhia ao Brasil ajuda o público e a mídia a voltar os olhos para o nosso circo contemporâneo", avalia Milan, 41.

Para ter uma idéia da marca Cirque du Soleil, vale citar o título da palestra gratuita que o seu diretor de marketing, Mario D'Amico, dará na sexta na Escola de Administrações de Empresas da FGV-SP (tel. 0/xx/11/ 3281-7762): "Cirque du Soleil: An Artistic Venture, a Show Business Phenomenon, a Business Model", ou seja, uma empreitada artística, fenômeno do show business, modelo de negócio. Em 2005, o faturamento bateu em US$ 700 milhões.

Os administradores do Soleil ficaram surpresos com a procura por ingressos no Brasil, de R$ 50 (meia-entrada) a R$ 400 (setor VIP) em São Paulo. Atualmente, existem seis produções em turnê internacional e seis residentes em Las Vegas e em Orlando (EUA).

Patrocínio

Promotora da turnê do Cirque du Soleil, a empresa CIE Brasil tentou obter R$ 22,3 milhões em benefício fiscal do governo brasileiro (captação de patrocínio por meio da Lei Rouanet).

O Ministério da Cultura autorizou R$ 9,4 milhões e barrou o restante, alegando falta de plano "satisfatório" para a democratização do acesso do público ao espetáculo.

O ministro Gilberto Gil (MinC) declarou achar "uma distorção" a concessão do incentivo a um espetáculo destinado a um público restrito.

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