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11/08/2006 - 18h24

Escritor alemão admite ter sido da tropa de elite nazista

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da France Presse, em Berlim

O escritor alemão Günter Grass, 78, prêmio Nobel de Literatura, admitiu pela primeira vez que se alistou na SS, braço militar do regime nazista, no final da 2ª Guerra Mundial. A declaração será publicada na edição de sábado do jornal alemão "Frankfurter Allgemeine".

Grass é considerado uma figura capital da literatura alemã e européia dos últimos 50 anos. Essa revelação estará em suas memórias, que chegarão às livrarias alemãs em setembro com o título de "Beim Häuten der Zwiebel" ("Descascando Cebolas").

"Com a perspectiva [da passagem do tempo], sempre senti isto como uma mancha que me marcava e da qual, portanto, não podia falar. Precisava escrever um dia", disse o escritor à imprensa nesta sexta-feira, repetindo as declarações ao "Frankfurter".

Até o momento, o vencedor do Nobel só havia revelado que participara na defesa antiaérea alemã em 1944, antes de ser ferido e feito prisioneiro pelos americanos em 1945.

De acordo com a autobiografia, aos 15 anos ele tentou se alistar nas forças que tripulavam os submarinos do Terceiro Reich, mas foi rejeitado porque era muito jovem.

Assim, em 1944, quando tinha 16 anos, recebeu, como todos os jovens nascidos em 1927, uma ordem de alistamento no Exército alemão.

Grass não foi integrado às forças alemãs, mas a SS, unidades militares de elite criadas em 1940 e que chegaram a contar com mais 950.000 homens. A SS era o braço de combate do regime nazista de Adolf Hitler.

Comprometido com posições de esquerda e grande amigo do ex-chanceler social-democrata alemão Willy Brandt, Grass critica de modo implacável a reunificação da Alemanha em vários livros.

Em seus romances se misturam de forma nada convencional o realismo, o macabro, a fantasia e o simbolismo, sempre a serviço do tema central de toda sua obra: a culpa coletiva.

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