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16/08/2006 - 09h14

Projetos revitalizam ficcionista Philip K. Dick, que ganhará cinebiografia

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ALEXANDRE MATIAS
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Um novo filme baseado em um de seus livros mais importantes, duas cinebiografias e o lançamento de duas de suas principais obras no Brasil revigoram o interesse pelo trabalho do escritor americano Philip K. Dick (1928-82), autor de textos de ficção científica como o que inspirou "Blade Runner" (1982), de Ridley Scott.

O novo filme é "O Homem Duplo" ("A Scanner Darkly"), dirigido por Richard Linklater ("Antes do Amanhecer", "A Escola do Rock") e estrelado por Keanu Reeves, Winona Ryder, Woody Harrelson e Robert Downey Jr. Ainda sem previsão de estréia no Brasil, deverá ser lançado diretamente em DVD, sem projeções na tela grande.

Este parece ser o triste fim desta produção, que estreou no mês passado nos EUA, sem mover ponteiros consideráveis nas bilheterias, mas ganhando altas notas da crítica. Baseado num dos livros mais insólitos do autor, "O Homem Duplo", que só tem versão em português em Portugal, o filme é inteiramente feito usando a técnica da rotoscopia, em que atores são filmados e transformados em animação a partir de seus movimentos originais.

Linklater já tinha usado esta técnica em "Waking Life" (2001), uma animação cabeçuda em que ponderava sobre o sentido da vida a partir de diálogos de pessoas diferentes em lugares diferentes.

"Nós nos envolvemos muito para trazer essa história à tela", explica Laura Leslie, 36, filha mais velha de K. Dick e responsável pelo seu espólio.

"Scanner Darkly" se passa num futuro bem próximo (daqui a sete anos), quando o governo monitora as ações de todos os cidadãos e usa a dependência em drogas pesadas --em especial, a "substância D", droga futurista em cápsulas que permeia todo o filme.

No meio de tudo isso, temos Bob, o personagem de Keanu Reeves, um policial viciado que é posto para vigiar seus próprios amigos, revivendo seu Neo de "Matrix", trilogia que vinha coberta de referências à obra de K. Dick.

Mas Bob, esta versão para Neo de K. Dick, não tem certeza de qual realidade em que ele realmente vive (é um amoroso pai de família, um drogado ou um policial?) e mantém uma constante guerra entre os hemisférios direito e esquerdo de seu cérebro.

Mais projetos

Além de "A Scanner Darkly", que deve sair em DVD nos EUA no final deste ano, outros projetos retomam cada vez mais o nome de K. Dick. Há dois livros saindo no Brasil ("O Homem do Castelo Alto" e "Valis", leia texto ao lado), e está em fase de produção o filme "Next", baseado no conto "Golden Man".

Adaptada para o cinema pela primeira vez no ano de sua morte ("Blade Runner", 1982), a obra de K. Dick rende cada vez mais versões para as telas, como os recentes "Minority Report - A Nova Lei" e "O Pagamento".

"Minha esperança é que essas adaptações façam com que as pessoas descubram o trabalho do meu pai e venham conhecê-lo em livro", avalia a filha Laura.

Ela e a irmã acabaram de constituir a empresa Electric Shepherd [Rebanho Elétrico, em referência ao título original do livro que originou "Blade Runner", que perguntava se os andróides sonham com ovelhas elétricas], dedicada a supervisionar adaptações dos livros de Philip K. Dick. Mas elas não contam quais são os títulos com os quais estão trabalhando.

Biografia no cinema

Laura comenta a anunciada cinebiografia sobre seu pai, com Bill Pullman vivendo o escritor. "Não estamos envolvidas com este projeto, nem ninguém que conheceu ou escreveu sobre o meu pai. Tememos que esta biografia possa focalizar apenas nos componentes sensacionalistas da sua vida."

"Isso fez com que concluíssemos que nós devemos ser a força-motriz por trás de um filme mais compreensivo sobre o nosso pai. Desde o ano passado, estamos trabalhando em uma cinebiografia de nosso pai com cuidado e de forma seletiva, trabalhando com pessoas em Hollywood que reconhecem o trabalho dele e em quem podemos confiar para lidar com as complexidades de sua vida. Acreditamos ter encontrado parceiros sensíveis e cuidadosos em Paul Giamatti [que interpretou os protagonistas de Anti-Herói Americano" e "Sideways'] e a na Anonymous Content [produtora de filmes como "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" e "Quero Ser John Malkovich']".

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