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25/08/2006
-
09h12
CHRISTIAN PETERMANN
do Guia da Folha
Há documentários que se sustentam por seu objeto de estudo, já que não propõem discussões estéticas. É o caso de "Dom Helder Câmara - O Santo Rebelde", projeto acalentado há muito pela cineasta Érika Bauer. Ela partiu da biografia escrita por padre Reginaldo, também um dos entrevistados, que atiçou sua curiosidade a respeito desta figura vital tanto na ala progressista da Igreja Católica quanto como resistência à ditadura militar.
Fruto de uma pesquisa rigorosa e exaustiva, Bauer dispôs de imagens raras de arquivos nacionais e internacionais, que recuperam para espectadores mais jovens os eloqüentes discursos de dom Helder, morto em 1999. Homem do povo e para o povo, ele sempre foi muito lúcido em sua campanha contra qualquer injustiça. Forte ponto de apoio no elogio à sua figura pública, por exemplo, são os depoimentos de Leonardo Boff.
Se o filme assume relevância cívica, é também uma obra de cega veneração. Perde-se um pouco da humanidade de dom Helder pela imagem quase imaculada que o documentário suscita. Mas numa época tão carente de modelos sócio-políticos, destacar a vida deste "santo rebelde" só traz ganhos.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre dom Helder Câmara
Filme registra dom Helder como líder progressista da Igreja
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do Guia da Folha
Há documentários que se sustentam por seu objeto de estudo, já que não propõem discussões estéticas. É o caso de "Dom Helder Câmara - O Santo Rebelde", projeto acalentado há muito pela cineasta Érika Bauer. Ela partiu da biografia escrita por padre Reginaldo, também um dos entrevistados, que atiçou sua curiosidade a respeito desta figura vital tanto na ala progressista da Igreja Católica quanto como resistência à ditadura militar.
Fruto de uma pesquisa rigorosa e exaustiva, Bauer dispôs de imagens raras de arquivos nacionais e internacionais, que recuperam para espectadores mais jovens os eloqüentes discursos de dom Helder, morto em 1999. Homem do povo e para o povo, ele sempre foi muito lúcido em sua campanha contra qualquer injustiça. Forte ponto de apoio no elogio à sua figura pública, por exemplo, são os depoimentos de Leonardo Boff.
Se o filme assume relevância cívica, é também uma obra de cega veneração. Perde-se um pouco da humanidade de dom Helder pela imagem quase imaculada que o documentário suscita. Mas numa época tão carente de modelos sócio-políticos, destacar a vida deste "santo rebelde" só traz ganhos.
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