Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/08/2006 - 19h18

Relação política x novela é antiga

Publicidade

JAMES CIMINO
da Folha Online

Não é novidade a interferência da política no campo da ficção e vice-versa. Assim como está acontecendo com Manoel Carlos, em "Páginas da Vida", outros autores já se aventuraram a falar do assunto e tiveram problemas com políticos.

Em 1996, o personagem Senador Caxias, vivido por Carlos Vereza, causou desconforto no Congresso Nacional. Com um nome que remete a honestidade, o senador aparecia discursando a favor do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para o plenário vazio no Senado.

Além disso, levava uma vida franciscana, o que contrastava diretamente com seus colegas. Mais tarde, o senador é assassinado por capangas de proprietários rurais. Na cena de seu enterro apareciam senadores reais, como Benedita da Silva e Eduardo Suplicy, ambos do PT. Na época, Ney Suassuna (PMDB-PB), que hoje é suspeito de participação na máfia dos sanguessugas, criticou a atitude do autor, pois mostrava uma imagem negativa da Casa.

Lauro Cesar Muniz, que atualmente está no ar com "Cidadão Brasileiro", da Record, também afirmou, em entrevista para a Folha Online, que seu protagonista interpretado pelo ator Gabriel Braga Nunes tem uma trajetória parecida com a do PT no poder.

Esta é a segunda vez que Muniz tem no ar uma novela em ano de campanha eleitoral. A primeira foi "O Salvador da Pátria", em 1989, cujo protagonista, Sassá Mutema (Lima Duarte), despertou a fúria tanto da esquerda quanto da direita.

"O Sassá foi identificado com o Lula, e a esquerda achava o personagem um bobalhão. Não esperaram a transformação dele. Já a direita achava que eu estava fazendo apologia ao Lula. O fato é que Antônio e Sassá têm a peculiaridade de terem sido manipulados em determinado momento. Não posso afirmar que Lula tenha sido igualmente manipulado, mas considero que ele tenha sido omisso."

Já Silvio de Abreu, autor de "Belíssima" (2006), foi convidado em julho desse ano pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) a comparecer ao Senado para falar aos senadores sobre as pesquisas da Globo que identificaram mudanças no pensamento dos brasileiros sobre questões éticas.

Abreu foi selecionado por ter se declarado chocado com a preferência do público por personagens de caráter duvidoso, como sua vilã Bia Falcão (Fernanda Montenegro).

Leia mais
  • Lei eleitoral proíbe novela de fazer apologia a candidata
  • "Cidadão Brasileiro" retrata PT no poder, diz autor
  • Para especialista, novela ajuda a entender política

    Especial
  • Política na Literatura e no Cinema - Filmes
  • Política na Literatura e no Cinema - Livros
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página