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05/09/2006
-
14h59
da Efe, em Berlim
O escritor alemão Günter Grass assegurou hoje que vai continuar "abrindo a boca" para criticar personalidades da vida pública alemã. O Prêmio Nobel de Literatura confessou recentemente que pertenceu à SS, elite da tropa nazista.
"Continuarei abrindo a boca quando considerar conveniente e não tenho nada a retratar do que disse no passado", disse, durante a apresentação de sua biografia, "Descascando Cebolas" ("Beim Häuten der Zwiebel"), no teatro "Berliner Ensemble".
Para se defender, Grass citou o exemplo do democrata-cristão Kurt Kiesinger, que ingressou na Chancelaria alemã em 1966. Kiesinger foi aceito pela sociedade alemã, apesar ter pertencido ao partido nazista.
Na época, Grass criticou a sociedade alemã por aceitar a chegada de Kiesinger ao poder.
"Não aceito essa comparação. Pertenço a uma geração que se deixou seduzir e nunca escondi isso. Mas Kiesinger entrou para o Partido Nazista sendo um homem adulto antes de 1933 e, no entanto, a sociedade alemã o aceitou como chanceler e isso continua me parecendo inadmissível", disse Grass.
A decisão de escrever o livro, segundo Grass, não foi fácil, porque durante muito tempo teve uma desconfiança quase doentia diante da obra autobiográfica.
"Foi um processo longo porque tinha uma grande desconfiança com relação à autobiografia. Em muitas destas obras se trabalha com a memória como se fosse algo confiável e eu sei que a memória é frágil e enganosa".
Ao fim da apresentação no "Berliner Ensemble", o público se despediu de Grass com um aplauso contido e o escritor manifestou sua esperança de que a última palavra não seja dos críticos, mas sim do livro.
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Grass reivindica direito de continuar sendo uma voz crítica
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O escritor alemão Günter Grass assegurou hoje que vai continuar "abrindo a boca" para criticar personalidades da vida pública alemã. O Prêmio Nobel de Literatura confessou recentemente que pertenceu à SS, elite da tropa nazista.
"Continuarei abrindo a boca quando considerar conveniente e não tenho nada a retratar do que disse no passado", disse, durante a apresentação de sua biografia, "Descascando Cebolas" ("Beim Häuten der Zwiebel"), no teatro "Berliner Ensemble".
Para se defender, Grass citou o exemplo do democrata-cristão Kurt Kiesinger, que ingressou na Chancelaria alemã em 1966. Kiesinger foi aceito pela sociedade alemã, apesar ter pertencido ao partido nazista.
Na época, Grass criticou a sociedade alemã por aceitar a chegada de Kiesinger ao poder.
"Não aceito essa comparação. Pertenço a uma geração que se deixou seduzir e nunca escondi isso. Mas Kiesinger entrou para o Partido Nazista sendo um homem adulto antes de 1933 e, no entanto, a sociedade alemã o aceitou como chanceler e isso continua me parecendo inadmissível", disse Grass.
A decisão de escrever o livro, segundo Grass, não foi fácil, porque durante muito tempo teve uma desconfiança quase doentia diante da obra autobiográfica.
"Foi um processo longo porque tinha uma grande desconfiança com relação à autobiografia. Em muitas destas obras se trabalha com a memória como se fosse algo confiável e eu sei que a memória é frágil e enganosa".
Ao fim da apresentação no "Berliner Ensemble", o público se despediu de Grass com um aplauso contido e o escritor manifestou sua esperança de que a última palavra não seja dos críticos, mas sim do livro.
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