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20/09/2006 - 17h53

Diretor de "Cinema, Aspirinas..." comemora indicação e articula "lobby"

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DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online

"Ranulpho ganhou o Brasil e vai ganhar muito mais." A comemoração é de Marcelo Gomes, poucos momentos após descobrir que é dele o filme pré-indicado ao Oscar 2007.

"Cinema, Aspirinas e Urubus" foi o primeiro longa-metragem feito pelo diretor pernambucano e conseguiu, nesta quarta-feira (20), bater os favoritos do público, "Zuzu Angel" (Sérgio Rezende) e "Anjos do Sol" (Rudi Lagemann), para representar o Brasil na Academia.

Divulgação
"Cinema, Aspirinas e Urubus" é o primeiro longa-metragem do diretor Marcelo Gomes
"Cinema, Aspirinas e Urubus" é o primeiro longa-metragem do diretor Marcelo Gomes
O motivo? "Meu filme foi feito sem concessões, tem autoralidade, um jeito de fazer muito próprio e fala de cinema universal", explica o cineasta à Folha Online. Segundo os produtores, o título internacional do filme terá tradução literal do português.

A partir de amanhã (quinta-feira), Gomes diz se senta com a distribuidora Global Pictures para avaliar o "lobby" do filme nos EUA. "Vamos conversar com nossos distribuidores lá fora para saber como eles vão cuidar dessa questão."




Folha Online - Que características do filme ajudaram na escolha do Minc (Ministério da Cultura)?

Marcelo Gomes - Meu filme foi feito sem concessões, tem autoralidade, um jeito de fazer muito próprio e fala de cinema universal. É o encontro de duas pessoas de culturas completamente diferentes no sertão do Brasil. Fala de amizade, de solidariedade. De pessoas que estão fugindo de situações político-sociais antagônicas. Acho que por esses temas, de uma forma ou de outra, decidiram indicá-lo.

Folha Online - Evitar a caricatura do sertanejo, tão abordada pela TV e por alguns filmes nacionais, ajudou a criar essa universalidade?

Gomes - Nós queríamos fazer um filme muito verdadeiro, que falasse muito da alma brasileira, do Brasil. E esse momento que o Brasil estava vivendo, do Pós-Guerra, tem muito a ver com o momento que vivemos hoje. E também tem apelo internacional. Não por acaso ele foi convidado para festivais de 80 países do mundo. Ganhou prêmios em vários deles porque fala dos sentimentos humanos mais profundos: o medo, a angústia, a solidão, a amizade, a solidariedade.

Folha Online - No Brasil, o filme teve pelo menos 120 mil espectadores. Com a indicação, haverá mais visibilidade?

Gomes - Agora que foi escolhido, o que precisa fazer é exatamente isso. A nossa distribuição foi pequena porque o filme era pequeno, assim como a quantidade de cópias. Com essa indicação, vamos botar esse filme em cartaz, principalmente em lugares que ele não conseguiu entrar. Acho que isso também vai dar visibilidade maior com os exibidores, que têm uma rejeição muito grande ao cinema brasileiro. Queremos que o filme seja visto pelos brasileiros, ele foi feito para o Brasil.

Folha Online - Além da dificuldade na distribuição, houve mais alguma?

Gomes - Passamos todas as dificuldades! Passamos dez anos para conseguir viabilizar o filme. Era um projeto pequeno, estranho. Os diretores eram desconhecidos. Também era o primeiro longa de quase todo mundo. Passamos sete anos só para conseguir o dinheiro. Já foi uma alegria muito grande conseguir exibir. Em nenhum momento, quando estávamos passando por dificuldade, pensamos em Oscar ou qualquer coisa do tipo.

Folha Online - A Academia do Oscar costuma ser simpática aos filmes que citam a 2ª Guerra Mundial e o Pós-guerra. Isso pode ajudar "Cinema, Aspirinas e Urubus"?

Gomes - Não conheço muito os parâmetros deles. Eu só sei fazer filmes e tentar expor de todas as formas e para um maior número de pessoas assistirem. Essa especulação, acho que isso deixo para a crítica especializada.

Folha Online - Vocês já tem algum plano para o lobby do filme lá fora?

Gomes - Vamos conversar com nossos distribuidores lá fora (Global Pictures) a partir de amanhã para saber como eles vão cuidar dessa questão. Eles nem estão sabendo da indicação, vou ligar para eles agora. A carreira do "Urubus" está sendo bem pequena, mas bem bonita.

Folha Online - Você acredita que Ranulpho (protagonista interpretado por João Miguel) vai ganhar Hollywood?

Gomes - (risos) Ele ganhou o Brasil, e vai ganhar muito mais.

Folha Online - Há algum tempo você diz que possui um novo projeto para o cinema, mas mantém o mistério. Chegou a hora de revelar?

Gomes - Não posso falar, não. Me pergunta daqui três semanas, e eu te falo.

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