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21/09/2006 - 11h33

"O Diabo Veste Prada" usa o kitsch para alfinetar o chique

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MARY PERSIA
da Folha Online

A mulher chique que usa menos para ser mais, a engajada e mal vestida, Madonna na trilha sonora, uma ponta de Gisele Bündchen e as questões morais no mundo das ultravaidades. "O Diabo Veste Prada", que estréia nesta sexta (22) no Brasil, tem tudo o que de mais kitsch, estereotipado e previsível um filme sobre o mundo da moda poderia ter. E é legal.

Divulgação
Hathaway, Streep e Blunt em "O Diabo Veste Prada"; confira a galeria de imagens do filme
Hathaway, Streep e Blunt em "O Diabo Veste Prada"; confira a galeria de imagens do filme
O resultado dessa produção que deu o que falar em Hollywood é pura diversão. A estética que chapa tudo na tela para deixar claro o que é e o que não é moda não tem compromisso com a realidade, como lembrou David Frankel, diretor desta produção de módicos US$ 35 milhões.

Miranda Priestly (Meryl Streep), como se sabe, foi inspirada em Anna Wintour, editora da edição americana da "Vogue", e Andy Sachs (Anne Hathaway) em Lauren Weisberger, que durante cerca de um ano foi assistente pessoal da todo-poderosa --e com essa experiência fez um livro, homônimo do filme. Mas isso é "só" a referência principal para o roteiro da desconhecida Aline McKenna, integrante de uma ficha técnica que até então pouco dizia a Hollywood.

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No longa, Andy passa de malvestida a elegante
No longa, Andy passa de malvestida a elegante
Com a liberdade de quem não quer fazer documentário, a figurinista e estilista americana Patricia Field (que vestiu o quarteto de "Sex and the City") fez o que quis com as personagens. Deu roupas largas e desformes à engajada Andy, que depois de virar cisne passa a vestir muito Chanel. Com a suposta recusa de alguns estilistas em participar do filme, contornou a situação com muito Calvin Klein, Dolce & Gabbana, Valentino, Donna Karan e, claro, Prada.

Nesta sessão da tarde na telona, a trilha sonora também vai na onda "over". Sim, é preciso ter Madonna ("Vogue", naturalmente). A loucura da nova vida de Andy é coroada com "Crazy" na voz de Alanis Morissette, e a chegada a Paris (a Cidade-Luz) é musicada com "City of Blinding Lights", do U2. Elementar.

Menos é mais

Muito se especulou sobre a atuação de Anne Hathaway, que ficou famosa em "O Diário da Princesa" e teve seu destaque em "O Segredo de Brokeback Mountain". Mas sua interpretação justa num papel sem grandes chances de catarse apenas faz relembrar a história de Cinderela que encarnou anteriormente no cinema.

Sua personagem, Andy Sachs, é uma jornalista que acredita que as aparências não importam. Ao conseguir um emprego na revista "Runway" (uma "Vogue" fictícia), vê sua vida desandar com a chefe megera que precisa de atenção 24 horas por dia. A transformação física acontece, acompanhada de questões éticas, morais e sentimentais.

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Gisele Bündchen interpreta amiga de Emily
Gisele Bündchen interpreta amiga de Emily
Mas, nesse filme de David Frankel, o show é mesmo de Merryl Streep (cotadíssima para o Oscar), que com sua malévola Miranda personifica um dos dogmas daqueles que são naturalmente chiques: menos é mais. Voz sempre baixa, quase um sussurro, gestos mínimos, postura correta: tudo provoca a deferência alheia e faz lembrar que não, ela não precisa gritar ou ter um chilique frenético para lembrar quem tem o poder. Miranda Priestly simplesmente é.

Destaque também para a outra assistente de Miranda, Emily (Emily Blunt), fashionista tresloucada que faz a dieta do queijo --quando está prestes a desmaiar por conta do jejum, come um pedaço de queijo. Enquanto isso, Andy vai de sanduíche mesmo.

E, como o assunto é moda, está lá Gisele Bündchen, em pequena participação que pouco acrescenta à --ou compromete-- sua carreira como atriz. Como amiga de Emily, a modelo diz duas ou três frases, carrega nas caras e bocas e se vai, sem deixar marcas.

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