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13/10/2006 - 10h24

Mostra sobre Aleijadinho forma painel do ciclo de ouro no Rio

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LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio

Mais do que sublinhar a excelência das esculturas de Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), a exposição "Aleijadinho e Seu Tempo", que será inaugurada hoje à noite no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) carioca, quer situar o artista em sua época: o ciclo do ouro em Minas Gerais.

"Ele viveu o apogeu do ciclo e morreu na decadência dele", ressalta o curador Fabio Magalhães. "O Brasil foi o maior produtor de ouro do mundo no século 18, e Ouro Preto era uma cidade com todas as benfeitorias urbanas da época. Em apenas 70 anos, passou-se dos índios botocudos à Inconfidência Mineira, que foi o auge do pensamento iluminista. Era um ambiente extraordinário para Aleijadinho, que foi muito requisitado para fazer obras religiosas", diz.

Das 208 peças (oratórios, estátuas, objetos sacros, peças de ouro, mapas etc.) da exposição, cerca de 30 são de Aleijadinho.

O restante contribui para montar uma iconografia daquele rico período. Os mais famosos trabalhos do escultor estão contemplados nos 11 módulos da exposição. A Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto é representada por uma maquete que reproduz suas feições originais --antes das reformas do século 20. Os 12 profetas da igreja de Bom Jesus de Matosinhos, de Congonhas do Campo, aparecem em réplicas.

"Os profetas são um dos conjuntos escultóricos mais importantes do mundo. E a São Francisco de Assis é a mais importante igreja barroca fora da Europa. Ela tem fachada plana, mas as torres postas atrás dão uma idéia de circularidade. Só essas obras já mostram a genialidade de Aleijadinho", afirma Magalhães.

Projeções também exibem as 64 imagens de "Os Sete Passos da Paixão de Cristo", série que o escultor fez para a Igreja de Bom Jesus de Matosinhos entre 1796 e 1799.

Magalhães lembra que, por quase dois séculos, o artista foi deixado em segundo plano na história da arte brasileira. "Foi o modernismo, com sua idéias de brasilidade, que começou a recuperar o barroco mineiro, em especial Aleijadinho", diz Magalhães, que usou versos de Cecília Meireles ("Romanceiro da Inconfidência"), Carlos Drummond de Andrade e Oswald de Andrade nas paredes da mostra.

"Aleijadinho e Seu Tempo" tem curiosidades como "Cristo da Ressurreição", peça tão bela quanto polêmica, pois há especialistas como o francês Germaine Bazin que garantam ser de Aleijadinho, enquanto para outros, como Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, não seja possível fazer essa afirmação. Fotos das obras feitas em Minas por Marc Ferrez no século 19, quando o barroco não estava em voga, ocupam outro módulo. E música barroca selecionada pelo musicólogo Maurício Monteiro faz a trilha sonora da exposição.

Aleijadinho e Seu Tempo
Quando: ter. a dom., das 10h às 21h; até 11/2
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil -0RJ (r. Primeiro de Março, 66, centro, 0/xx/21 3808-2020)
Quanto: grátis

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