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25/10/2006 - 10h03

"Você Disse que Me Amava" trata com simpatia dilemas da 3ª idade

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SÉRGIO RIZZO
da Folha de S.Paulo

Já houve um tempo em que o diretor e roteirista Rudolf Thome representava a corrente mais inquieta do cinema alemão, com filmes irreverentes como "O Filósofo" (1989), que participou da 13ª Mostra. Hoje, aos 66 anos, talvez menos preocupado em contestar e chocar, ele consegue extrair matéria-prima intimista de estudos cuidadosos de personagens, como demonstra "Você Disse que Me Amava".

O filme é construído, de maneira quase minimalista, em torno da ex-campeã de natação Johanna, recém-saída de um casamento que lhe deixou ressentimentos. É uma mulher aposentada, na faixa dos 60, o que acrescenta alguns pontos ao quadro: medo da solidão, obsessão em relação à morte e dificuldade em ocupar o tempo com algo a que consiga atribuir significado especial, uma vez que a filha já é adulta.

As reflexões de Johanna sobre esse dilemas cotidianos fazem a história caminhar lentamente, respeitando o tempo que ela precisa para contemplar o meio que a cerca e pensar em modos de transformá-lo. Um aspirante a escritor acelerará o processo.

Deus é invocado com alguma freqüência nas divagações de Johanna, bem como lembranças da mãe, já morta. Experiência religiosa e herança familiar são eixos aos quais ela se remete para compreender por que parece vítima de um ciclo vicioso que não começa (muito menos termina) com ela.

Nessa jornada de autoconhecimento sobre uma mulher que encontra tempo e forças para reconstruir a vida, fantasmas do passado são revividos para cobrir de sombras o presente, mas não impedem, enfrentados a duras penas, que se vislumbre futuro no qual ainda haja espaço para relacionamentos, projetos e viagens, nos sentidos literal e figurado. Espaço, em resumo, para abrir-se novamente ao mundo. "Você Disse" defende a idéia simpática de que não há idade-limite para sonhar.

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