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26/10/2006
-
09h58
JOSÉ GERALDO COUTO
da Folha de S.Paulo
Nascido de uma sugestão do diretor da Mostra Internacional deCinema de São Paulo, Leon Cakoff, o livro "Cinema Político Italiano - Anos 60 e 70" pode ser visto como um catálogo vitaminado da grande retrospectiva dedicada ao gênero pela 30ª edição do evento.
As autoras do livro, as pesquisadoras e críticas italianas Angela Prudenzi e Elisa Resegotti, são também as curadoras da citada retrospectiva.
Elas entrevistaram especialmente para o livro todos os diretores representados no ciclo, com exceção de Elio Petri (morto em 1982), além da atriz brasileira Florinda Bolkan, que estrelou alguns sucessos do período, e do roteirista Ugo Pirro, parceiro de cineastas "políticos", em especial de Petri.
Às entrevistas, em geral breves e limitadas à produção do período em questão, acrescentam-se um alentado ensaio do crítico José Carlos Avellar e resenhas publicadas na imprensa brasileira na época em que os filmes surgiram, além de belas fotos.
Empenho civil
Traça-se, assim, um painel introdutório --e desde já obrigatório-- da rica produção italiana que tanto influenciou o cinema político em todo o mundo. Ia-se ao cinema para ver um filme italiano "de empenho civil" (como eram chamados em seu país) como quem ia a uma passeata ou a um comício. Sobretudo no Brasil, em que muitos desses filmes brigavam com a censura para chegar às telas.
As entrevistas mais interessantes são as dos cineastas que posteriormente se distanciaram da militância política em estrito senso, como Bertolucci e Bellocchio (que não por acaso seguem sendo os mais interessantes), e as dos veteranos mestres da comédia de costumes, como Dino Risi e Mario Monicelli, que se queixam da dificuldade que tiveram em ser compreendidos e aceitos pela turma da política.
Curiosamente, um autor como Francesco Rosi ficou tão marcado pela fase política que não conseguiu se livrar dessa marca, ainda que depois tenha tentado outros caminhos. Sua entrevista é uma das mais reveladoras da potência e dos limites do cinema político.
Cinema Político Italiano - Anos 60 e 70
Autoras: Angela Prudenzi e Elisa Resegotti
Editora: Cosacnaify
Quanto: R$ 69,90 (264 páginas)
Lançamento: sábado, às 19h, no Clube da Mostra (shopping Frei Caneca, 6º piso)
Especial
Saiba tudo sobre a 30ª Mostra de SP
Livro sobre cinema italiano oferece panorama dos anos 60 e 70
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da Folha de S.Paulo
Nascido de uma sugestão do diretor da Mostra Internacional deCinema de São Paulo, Leon Cakoff, o livro "Cinema Político Italiano - Anos 60 e 70" pode ser visto como um catálogo vitaminado da grande retrospectiva dedicada ao gênero pela 30ª edição do evento.
As autoras do livro, as pesquisadoras e críticas italianas Angela Prudenzi e Elisa Resegotti, são também as curadoras da citada retrospectiva.
Elas entrevistaram especialmente para o livro todos os diretores representados no ciclo, com exceção de Elio Petri (morto em 1982), além da atriz brasileira Florinda Bolkan, que estrelou alguns sucessos do período, e do roteirista Ugo Pirro, parceiro de cineastas "políticos", em especial de Petri.
Às entrevistas, em geral breves e limitadas à produção do período em questão, acrescentam-se um alentado ensaio do crítico José Carlos Avellar e resenhas publicadas na imprensa brasileira na época em que os filmes surgiram, além de belas fotos.
Empenho civil
Traça-se, assim, um painel introdutório --e desde já obrigatório-- da rica produção italiana que tanto influenciou o cinema político em todo o mundo. Ia-se ao cinema para ver um filme italiano "de empenho civil" (como eram chamados em seu país) como quem ia a uma passeata ou a um comício. Sobretudo no Brasil, em que muitos desses filmes brigavam com a censura para chegar às telas.
As entrevistas mais interessantes são as dos cineastas que posteriormente se distanciaram da militância política em estrito senso, como Bertolucci e Bellocchio (que não por acaso seguem sendo os mais interessantes), e as dos veteranos mestres da comédia de costumes, como Dino Risi e Mario Monicelli, que se queixam da dificuldade que tiveram em ser compreendidos e aceitos pela turma da política.
Curiosamente, um autor como Francesco Rosi ficou tão marcado pela fase política que não conseguiu se livrar dessa marca, ainda que depois tenha tentado outros caminhos. Sua entrevista é uma das mais reveladoras da potência e dos limites do cinema político.
Cinema Político Italiano - Anos 60 e 70
Autoras: Angela Prudenzi e Elisa Resegotti
Editora: Cosacnaify
Quanto: R$ 69,90 (264 páginas)
Lançamento: sábado, às 19h, no Clube da Mostra (shopping Frei Caneca, 6º piso)
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