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30/10/2006 - 09h47

Júri da 30ª Mostra de SP diverge sobre momento do cinema brasileiro

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

Entre os 14 finalistas que disputam o título de melhor filme da 30ª Mostra de Cinema de São Paulo há quatro brasileiros.

A lista completa de concorrentes (confira abaixo) foi divulgada no último sábado, com a presença dos jurados --Bahman Ghobadi (cineasta iraniano), Contardo Calligaris (psicanalista e colunista da Folha), Florinda Bolkan (atriz), Jorge Sánchez (produtor mexicano), José Maria Prado (curador espanhol), Lauro Escorel (fotógrafo e diretor) e Wolfgang Becker (cineasta alemão).

Uma repórter convidou-os a comentar a performance do cinema brasileiro. "Está passando por um momento de glória, com uma safra absolutamente extraordinária", disse Calligaris. Já Ghobadi disse achar que o cinema brasileiro, "assim como o iraniano, anda repetitivo e carente de sangue novo".

Sobre a decisão do júri, Bolkan afirmou que o mais importante é que o grupo parta de uma base comum de discussão, e "não que todos estejam de acordo [em torno de um título]". A atriz, veterana em júris de festivais, comentou que "às vezes, você tem que desistir de algo de que gosta muito porque não consegue convencer os outros jurados".

Os finalistas da Mostra são definidos a partir do voto do público. O recorte considera os filmes de novos diretores (até o segundo longa). Neste ano, enquadram-se na categoria 120 dos 420 títulos programados.

A "fórmula mista" é um modo de associar o caráter competitivo que o evento assumiu ao longo de sua história (com júri oficial) e a disposição original de "confiar a decisão ao público", conforme assinalou Leon Cakoff, diretor da Mostra.

Cakoff discordou da observação feita por um crítico de que a lista de preferidos do público apresenta traço conservador.

"'Shortbus' é certamente o filme mais político sobre sexo feito desde 'Saló' [Pier Paolo Pasolini, 1975]", disse Cakoff. Ele disse, porém, lamentar a ausência de alguns filmes na lista de competidores, entre eles "Sonhos de Peixe", que o russo Kirill Mikhanovsky rodou no Rio Grande do Norte.

O cineasta alemão Wolfgang Becker ("Adeus Lênin") observou a existência de "um pequeno foco no cinema sul-americano" entre os concorrentes.

A decisão do júri será divulgada no encerramento da Mostra, na próxima quinta. Os jurados têm autonomia para estabelecer outras categorias de premiação, além da de melhor filme, única que é obrigatória.

"Cinema sem Fim"

No 30º aniversário da Mostra, seu diretor, Leon Cakoff, lança hoje o livro "Cinema sem Fim: A História da Mostra 30 Anos" (Imprensa Oficial e Mostra Internacional de Cinema; 456 págs.; R$ 50).

São as "memórias não esquecidas" de Cakoff sobre cada edição do evento, afirma o diretor Manoel Oliveira, em prefácio da obra. O lançamento é às 19h, no Clube da Mostra (shopping Frei Caneca, 6º andar).

Confira os concorrentes ao título de melhor filme da 30ª Mostra de SP:

"Noel - Poeta da Vila", de Ricardo van Steen
"O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamburger
"O Cheiro do Ralo", de Heitor Dhalia
"Os 12 Trabalhos", de Ricardo Elias
"A Batalha de Paris", de Alain Tasma
"Amu", de Shonali Bose
"Anche Libero Va Bene", do italiano Kim Rossi Stuart
"Coisas que o Sol Esconde", de Yuval Shafferman
"Go Etxebeste!", dos espanhóis Asier Altuna e Telmo Esnal
"Minha Vida sem Minhas Mães", de Klaus Härö
"O Violino", de Francisco Vargas
"O Edifício Yacoubian", de Marwan Hamed
"Que Tan Lejos", de Tania Hermida
"Shortbus", de John Cameron Mitchell.

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