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31/10/2006 - 10h36

Na 30ª Mostra de SP, estreante propõe "mergulho na infância"

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo

"Anche Libero Va Bene" (líbero também é legal), o título desse primeiro longa dirigido pelo ator italiano Kim Rossi Stuart ("As Chaves de Casa") é extraído de um dos diálogos ocorridos no filme entre Renato (Stuart) e seu filho Tommi (o excelente Alessandro Morace).

Renato quer ver no filho um campeão de natação. O garoto prefere o futebol. O vácuo entre os sonhos do pai e os reais interesses do filho é um complicador a mais numa estrutura familiar em que a presença intermitente da mãe dá o tom do desequilíbrio e da insegurança.

"Anche Libero Va Bene" foi premiado na Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes, em maio passado, e acaba de obter do público da Mostra a indicação à disputa de melhor filme desta 30ª edição.

A Folha encontrou Rossi Stuart, 37, em Cannes, para a entrevista a seguir.

Folha - Por que estrear com um filme sujeito ao olhar infantil?

Kim Rossi Stuart - O que me atrai na pré-adolescência é que você vive circunstâncias que o moldam para o resto da vida. Queria fazer um filme não exatamente autobiográfico, mas que mergulhasse o espectador na dimensão da infância, independentemente de origem, profissão ou extrato social.

Folha - Que temas deve-se esperar de seus próximos filmes?

Rossi Stuart - Acho estimulante abordar sempre temas diferentes, mas universais. Gostaria de fazer filmes estilisticamente diversos uns dos outros. Mas voltamos a falar sobre isso depois do meu segundo longa.

Folha - Como Nanni Moretti, pretende sempre atuar em seus filmes?

Rossi Stuart - Não sei. dependerá de muita coisa. Eu queria só dirigir "Anche Libero Va Bene". Mas o ator que faria o papel do pai desistiu no último minuto. Apesar de ser cansativo [acumular as funções], achei que eu teria mais desenvoltura e poderia dar uma dimensão orgânica e natural ao papel.

Folha - A tradição do cinema italiano é um peso para novos autores?

Rossi Stuart - O problema da minha geração é que ela tem sempre de confrontar o passado. É uma circunstância histórica. Os que nos precederam não tinham padrões de comparação, porque o cinema falado nascera havia pouco. É um preço que temos de pagar. Se não nos arriscarmos, ficaremos presos a um passado insuperável. Temos a obrigação de ser sinceros e fazer filmes honestos, urgentes, necessários, sem macaquear Truffaut ou Fellini.

Folha - Como ator, o sr. se define como pertencente a alguma escola?

Rossi Stuart - O mérito do ator é se colocar à disposição do diretor. Tenho disposição para mundos criativos e métodos diversos. O ator por excelência deve ser maleável e se adaptar, embora haja diretores que se adaptem aos atores, mas esses têm menos personalidade.

Folha - A paixão do protagonista por futebol é referência ao apelo popular que esse esporte tem na Itália?

Rossi Stuart - Não. O importante é que ele troca um esporte individual por um de equipe.

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