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17/11/2006
-
09h03
CHRISTIAN PETERMANN
do Guia da Folha
É sempre difícil realizar um segundo longa depois de uma estréia de intenso carisma. É o caso do cearense Karim Aïnouz, que estreou com "Madame Satã" (02), alvo de mídia e prêmios. Agora ele retorna com "O Céu de Suely" e, sabiamente, opta por um registro dramático quase oposto, mas no mesmo viés humano.
Na obra anterior, o ator Lázaro Ramos ocupou e extrapolou a tela, foi muitas vezes maior do que o cenário à sua volta. O mesmo acontece com a nova protagonista, Hermila, que sai anônima de São Paulo, retorna à cidadezinha natal no sertão cearense, onde sempre foi alguém, e, ao mesmo tempo, perde-se na vastidão seca à sua volta. Ela reinventa sua vida com o nome Suely.
Ao contrário do suor abundante do úmido Rio de Janeiro, que definiu "Madame Satã", Aïnouz versa agora sobre o calor intenso e seco do sertão. Nesse ambiente, ele busca o silêncio e a intimidade na jornada de uma mulher que rifa uma noite no paraíso consigo para bancar sua própria felicidade. A personagem Hermila herdou o nome da atriz Hermila Guedes ("Cinema, Aspirina e Urubus"), que estréia como protagonista e traduz a proposta do cineasta: de beleza melancólica, ela equilibra com sensualidade força e delicadeza.
O diretor faz um retorno ao cenário de sua infância --a um mundo de homens emigrados e de mulheres batalhadoras-- e depura a saga com elipses e poucos diálogos, em imagens de falsa displicência. Ao contrário da extravagância de sua primeira obra, ele se mune da sutileza em cada uma das peças de seu trabalho e alcança o regional universal. Pela extrema sensibilidade, mas pouca emotividade, o filme gera um certo desconforto. É mais uma de suas belezas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o diretor Karim Aïnouz
Diretor de "Madame Satã" vai ao sertão com sensível "O Céu de Suely"
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do Guia da Folha
É sempre difícil realizar um segundo longa depois de uma estréia de intenso carisma. É o caso do cearense Karim Aïnouz, que estreou com "Madame Satã" (02), alvo de mídia e prêmios. Agora ele retorna com "O Céu de Suely" e, sabiamente, opta por um registro dramático quase oposto, mas no mesmo viés humano.
Na obra anterior, o ator Lázaro Ramos ocupou e extrapolou a tela, foi muitas vezes maior do que o cenário à sua volta. O mesmo acontece com a nova protagonista, Hermila, que sai anônima de São Paulo, retorna à cidadezinha natal no sertão cearense, onde sempre foi alguém, e, ao mesmo tempo, perde-se na vastidão seca à sua volta. Ela reinventa sua vida com o nome Suely.
Ao contrário do suor abundante do úmido Rio de Janeiro, que definiu "Madame Satã", Aïnouz versa agora sobre o calor intenso e seco do sertão. Nesse ambiente, ele busca o silêncio e a intimidade na jornada de uma mulher que rifa uma noite no paraíso consigo para bancar sua própria felicidade. A personagem Hermila herdou o nome da atriz Hermila Guedes ("Cinema, Aspirina e Urubus"), que estréia como protagonista e traduz a proposta do cineasta: de beleza melancólica, ela equilibra com sensualidade força e delicadeza.
O diretor faz um retorno ao cenário de sua infância --a um mundo de homens emigrados e de mulheres batalhadoras-- e depura a saga com elipses e poucos diálogos, em imagens de falsa displicência. Ao contrário da extravagância de sua primeira obra, ele se mune da sutileza em cada uma das peças de seu trabalho e alcança o regional universal. Pela extrema sensibilidade, mas pouca emotividade, o filme gera um certo desconforto. É mais uma de suas belezas.
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