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19/11/2000 - 18h41

Record busca padrão global em nova novela

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da Folha de S. Paulo

"Por favor, alguém pode me responder qual é a diferença entre essas cenas e as de uma novela da Globo?" A pergunta -dirigida a um grupo de jornalistas após a exibição de um clipe da nova novela da Record- partiu do superintendente de programação da Record, Marcus Aragão, e foi respondida por ele mesmo. "Não há diferença. Nosso parâmetro é a Globo, sem dúvida, e a nossa nova novela terá, no mínimo, a mesma qualidade de uma novela de lá."

Se a afirmação é verdadeira ou não, o telespectador poderá conferir a partir de amanhã, às 20h15, quando estréia "Vidas Cruzadas", a nova trama da Record.

O fato é que a novela, a segunda totalmente produzida pela emissora -e a continuação do projeto da TV Record de implantar um núcleo de teledramaturgia-, terá, pelo menos, mais "cara" de produção global se comparada à sua antecessora, "Marcas da Paixão", que terminou na última sexta-feira.

A começar pela imagem. A Record, que não revela cifras -"Posso dizer que dobramos o investimento nessa novela", diz Aragão-, investiu na compra de novos equipamentos, e não é difícil notar que a qualidade da imagem é bem superior à da última produção da casa.

"Para essa novela, estamos com um material técnico digital da melhor qualidade, com filtros que permitem uma textura muito próxima à da imagem de cinema, por exemplo", diz Atílio Riccó, diretor de "Vidas Cruzadas".

Os custos de produção também aumentaram: se cada capítulo de "Marcas" custava à emissora cerca de R$ 50 mil, em "Vidas Cruzadas" esse valor será de aproximadamente R$ 70 mil -um valor ainda baixo, se comparado a um capítulo da Globo, que chega a custar R$ 100 mil.

Isso se deve, também, ao fato de a nova novela da Record ter ganho ares internacionais. Como toda produção "de renome", terá cenas gravadas no exterior. Mas, em vez de Miami -onde se passaram alguns capítulos de "Marcas"-, os cenários escolhidos foram Paris e algumas cidades da Suíça.

Há algumas semanas, parte da equipe da Record passou dez dias gravando cenas nesses locais, e o resultado será pulverizado por cerca de 50 capítulos, aparecendo em forma de flashback.

Além disso, a própria trama vai sair do eixo Rio-São Paulo, onde se passam nove entre dez novelas nacionais. Com exceção das cenas de estúdio, todo o resto será gravado em Recife e proximidades.

"Quando fui para a Record, fiz um acordo com a direção da emissora de que faríamos novelas fora desse eixo. Queremos mostrar o Brasil para o público, e o país é mais do que só Rio e São Paulo. Quando estive na TV Manchete, em 90, fizemos a mesma coisa: fomos para o Pantanal, e o resultado, todo mundo sabe, foi muito bom", diz Riccó, que trabalhou também cerca de dez anos na Rede Globo.

Assim como ele, boa parte do elenco já teve alguma participação em produções da emissora carioca. Mesmo assim -e apesar de contar com nomes de peso, como os veteranos Laura Cardoso, Sérgio Britto e Gianfrancesco Guarnieri-, "Vidas Cruzadas" não tem grandes estrelas como protagonistas, um dos fatores mais importantes para chamar a audiência.

Patrícia de Sabrit (da minissérie "A Filha do Demônio" e da novela "Olho no Olho"), Alexandre Barillari (ex-"Malhação") e Dalton Vigh (ex-"Top TV" e apresentador do canal pago People + Arts) compõem o triângulo amoroso central da trama.

A história, aliás, escrita por Marcos Lazarini, está mais para uma novela mexicana do que para uma trama da Globo. "O público da Record é assim, quer uma novela com a qualidade de imagem da Globo, mas com um texto e uma história semelhantes aos das novelas do SBT. E é isso que estamos fazendo", explica Aragão.

Juntando todos os ingredientes, o sonho da direção da Record é atingir a marca de dois dígitos na medição do Ibope, já que "Marcas da Paixão" dificilmente chegava aos 7 pontos de audiência (cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo). "Se chegar a dez pontos já está bom", diz Riccó.
 

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