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22/11/2006
-
16h23
DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online
Elas denunciam, desabafam, ridicularizam e se divertem. Eles protestam e se dizem difamados. O site brasileiro Não Saia Com Ele (www.naosaiacomele.com), um banco de dados virtual com foto e perfil de supostos canalhas do sexo masculino, está criando polêmica na internet.
Como o nome explica, o endereço serve para garotas se prevenirem de mulherengos, mentirosos e canalhas em geral. A inspiração é o norte-americano Don't date him, girl (www.dontdatehimgirl.com), que virou febre nos EUA ao receber casos sérios, de abuso sexual à golpe do baú. A versão brasileira, porém, toma um rumo mais humorístico.
Para gerar um perfil, basta abrir um cadastro genérico, incluindo foto e descrição de seu alvo. Os recados enfurecidos vêm principalmente de ex-namoradas, mas alguns parecem ser escritos por homens tentando pregar peça em colegas. Quem quiser achar um conhecido ou saber se já foi incluído na lista negra, precisa se dirigir a busca e clicar em "procurar palhaço".
"Infelizmente, não existe muito bom senso entre algumas usuárias, e acho que elas não entenderam o espírito", diz a dona do "Não Saia Com Ele", Amber Filgueiras, 30. Ela define o site como "uma forma de vingança bem humorada."
A advogada desempregada de Santos diz ter se inspirado em casos de sua própria família para elaborar o projeto, que estreou em agosto na web. "Um cara ficou anos com uma tia minha e um belo dia raspou a conta bancária dela e desapareceu."
A idealizadora do Não Saia Com Ele alega não ter usado o site contra alguém em especial. E garante que seu namorado acha o negócio todo "divertidíssimo". "Nunca usei o site para denunciar ninguém. Por enquanto. Se pisar na bola, dou o troco."
O endereço tem cerca de 3.500 acessos diários, mas a proprietária admite ainda não ter encontrado um modo de ganhar dinheiro com ele. "Já fui sondada por uns portais grandes, mas tudo está ainda em fase de negociação."
Polêmica
Quem não vê a menor graça no serviço são os homens citados, claro. Apesar da página principal ter um botão para injuriados ("Ficou ofendido? Clique aqui!"), dezenas de ameaças de processo aparecem no serviço todo dia.
"Isso aqui é um absurdo. Uma afronta ao direito da privacidade das pessoas, [garantido] pela própria Constituição. Você está ajudando as pessoas a difamarem outras", protestava um usuário anônimo nesta terça-feira. "Tomara que ganhe um belo de um processo", dizia.
Amber promete que, em breve, para postar no site será obrigatório fornecer o CPF. A navegação e os comentários permanecerão abertos ao público. "Por enquanto ainda não tive problemas [jurídicos]. Mas sou advogada e posso agir em causa própria."
Uma maneira estratégica de agradar aos dois lados seria criar um "Não Saia Com Ela". Mas isso não está nos planos da dona do serviço feminino.
"Pensei nisso, mas desisti. Primeiro, porque eu acho que não é da natureza masculina tornar público os foras que levaram ou admitirem que foram enganados, em termos sentimentais, por mulheres. Outra porque eu acho que homem, nesses casos, usa muita baixaria."
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Mulheres enquadram "cafajestes" em site e homens ameaçam processar
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da Folha Online
Elas denunciam, desabafam, ridicularizam e se divertem. Eles protestam e se dizem difamados. O site brasileiro Não Saia Com Ele (www.naosaiacomele.com), um banco de dados virtual com foto e perfil de supostos canalhas do sexo masculino, está criando polêmica na internet.
Como o nome explica, o endereço serve para garotas se prevenirem de mulherengos, mentirosos e canalhas em geral. A inspiração é o norte-americano Don't date him, girl (www.dontdatehimgirl.com), que virou febre nos EUA ao receber casos sérios, de abuso sexual à golpe do baú. A versão brasileira, porém, toma um rumo mais humorístico.
Reprodução |
Site brasileiro "Não Saia Com Ele" gera polêmica na internet com perfil de supostos canalhas |
"Infelizmente, não existe muito bom senso entre algumas usuárias, e acho que elas não entenderam o espírito", diz a dona do "Não Saia Com Ele", Amber Filgueiras, 30. Ela define o site como "uma forma de vingança bem humorada."
A advogada desempregada de Santos diz ter se inspirado em casos de sua própria família para elaborar o projeto, que estreou em agosto na web. "Um cara ficou anos com uma tia minha e um belo dia raspou a conta bancária dela e desapareceu."
A idealizadora do Não Saia Com Ele alega não ter usado o site contra alguém em especial. E garante que seu namorado acha o negócio todo "divertidíssimo". "Nunca usei o site para denunciar ninguém. Por enquanto. Se pisar na bola, dou o troco."
O endereço tem cerca de 3.500 acessos diários, mas a proprietária admite ainda não ter encontrado um modo de ganhar dinheiro com ele. "Já fui sondada por uns portais grandes, mas tudo está ainda em fase de negociação."
Polêmica
Quem não vê a menor graça no serviço são os homens citados, claro. Apesar da página principal ter um botão para injuriados ("Ficou ofendido? Clique aqui!"), dezenas de ameaças de processo aparecem no serviço todo dia.
"Isso aqui é um absurdo. Uma afronta ao direito da privacidade das pessoas, [garantido] pela própria Constituição. Você está ajudando as pessoas a difamarem outras", protestava um usuário anônimo nesta terça-feira. "Tomara que ganhe um belo de um processo", dizia.
Arquivo pessoal |
Amber Filgueiras, 30, inspirou-se em casos familiares e em um site norte-americano |
Amber promete que, em breve, para postar no site será obrigatório fornecer o CPF. A navegação e os comentários permanecerão abertos ao público. "Por enquanto ainda não tive problemas [jurídicos]. Mas sou advogada e posso agir em causa própria."
Uma maneira estratégica de agradar aos dois lados seria criar um "Não Saia Com Ela". Mas isso não está nos planos da dona do serviço feminino.
"Pensei nisso, mas desisti. Primeiro, porque eu acho que não é da natureza masculina tornar público os foras que levaram ou admitirem que foram enganados, em termos sentimentais, por mulheres. Outra porque eu acho que homem, nesses casos, usa muita baixaria."
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