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26/11/2006
-
10h08
DANIEL CASTRO
Colunista da Folha de S.Paulo
A Folha acompanhou com exclusividade as gravações das audições de "Ídolos" em Campinas, no último dia 16.
As gravações ocorreram no hotel mais luxuoso da cidade. Uma das salas de convenções foi transformada em estúdio. A ante-sala virou o "Corredor da Morte", como a produção do programa chama a fila dos candidatos que estão prestes a enfrentar os jurados.
"Está chato hoje", reclama Arnaldo Saccomani. "Só passamos dois de 20 candidatos", completa. O jornalista e produtor musical Carlos Eduardo Miranda mostra para a reportagem o iPod em que assiste a desenhos para driblar o tédio.
Entra a candidata Ana Lúcia Borges Ferreira. Ela entoa "Festa", de Ivete Sangalo, bem acima do tom. Reprovada logo de cara, conta que veio de Brasília, que é empregada doméstica desempregada. "Você veio de Brasília pra fazer isso aí? Só posso te dar 'não'", sentencia Miranda. Ela implora outras chances, mas não convence. "Eu posso melhorar", insiste.
A empregada deixa o estúdio, mas continua no hotel, sem pressa de ir embora. O apresentador Beto Marden descobre que ela não tem dinheiro para voltar a Brasília. E faz uma "vaquinha" na produção para ajudar a moça.
Graziele Salgado César entra em seguida. "Você tomou café da manhã?", pergunta Cyz. "Eu jogo futebol", responde a garota, que engasga com mais uma de Sangalo, "Levantou Poeira". "No meu time você não ficaria nem no banco", despacha Roth.
A modelo Karen Bejarano Pinto mal tem tempo de cantar "Tu és divina e graciosa, estátua majestosa" --de "Rosa", composição de Pixinguinha e Otávio de Sousa-- e é "gongada". "Aí não dá! Uma gata como você cantando uma música velha dessas eu não posso aprovar", reprova o ranzinza Saccomani.
Ela tenta uma música dos anos 70. "Essa é nova, de uma mocinha chamada Rita Lee", ironiza Miranda. O júri dá mais uma chance. Ela engata "Ave Maria", mostrando algum talento para o lírico. Divide os jurados, mas é reprovada, apesar do choro. "Ela cantou bem 'Ave Maria', mas não é isso o que a gente procura", lembra Cyz.
A tensão entre os jurados é quebrada por Kelly Silva de Almeida, que entra no estúdio servindo uvas. "E aí, gente bonita!", saúda. Canta "Alô, Alô Marciano" num tom tão agudo que fica engraçado, caricatural. "Você sabe que não é cantora", diz Roth. Ela concorda, dizendo que trabalha na roça. E solta um funk carioca, para diversão geral.
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Colunista da Folha de S.Paulo
A Folha acompanhou com exclusividade as gravações das audições de "Ídolos" em Campinas, no último dia 16.
As gravações ocorreram no hotel mais luxuoso da cidade. Uma das salas de convenções foi transformada em estúdio. A ante-sala virou o "Corredor da Morte", como a produção do programa chama a fila dos candidatos que estão prestes a enfrentar os jurados.
"Está chato hoje", reclama Arnaldo Saccomani. "Só passamos dois de 20 candidatos", completa. O jornalista e produtor musical Carlos Eduardo Miranda mostra para a reportagem o iPod em que assiste a desenhos para driblar o tédio.
Entra a candidata Ana Lúcia Borges Ferreira. Ela entoa "Festa", de Ivete Sangalo, bem acima do tom. Reprovada logo de cara, conta que veio de Brasília, que é empregada doméstica desempregada. "Você veio de Brasília pra fazer isso aí? Só posso te dar 'não'", sentencia Miranda. Ela implora outras chances, mas não convence. "Eu posso melhorar", insiste.
A empregada deixa o estúdio, mas continua no hotel, sem pressa de ir embora. O apresentador Beto Marden descobre que ela não tem dinheiro para voltar a Brasília. E faz uma "vaquinha" na produção para ajudar a moça.
Graziele Salgado César entra em seguida. "Você tomou café da manhã?", pergunta Cyz. "Eu jogo futebol", responde a garota, que engasga com mais uma de Sangalo, "Levantou Poeira". "No meu time você não ficaria nem no banco", despacha Roth.
A modelo Karen Bejarano Pinto mal tem tempo de cantar "Tu és divina e graciosa, estátua majestosa" --de "Rosa", composição de Pixinguinha e Otávio de Sousa-- e é "gongada". "Aí não dá! Uma gata como você cantando uma música velha dessas eu não posso aprovar", reprova o ranzinza Saccomani.
Ela tenta uma música dos anos 70. "Essa é nova, de uma mocinha chamada Rita Lee", ironiza Miranda. O júri dá mais uma chance. Ela engata "Ave Maria", mostrando algum talento para o lírico. Divide os jurados, mas é reprovada, apesar do choro. "Ela cantou bem 'Ave Maria', mas não é isso o que a gente procura", lembra Cyz.
A tensão entre os jurados é quebrada por Kelly Silva de Almeida, que entra no estúdio servindo uvas. "E aí, gente bonita!", saúda. Canta "Alô, Alô Marciano" num tom tão agudo que fica engraçado, caricatural. "Você sabe que não é cantora", diz Roth. Ela concorda, dizendo que trabalha na roça. E solta um funk carioca, para diversão geral.
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