28/11/2006 - 12h50

Confira repercussão da morte de Jece Valadão

da Folha de S. Paulo
da Folha Online

Confira repercussão da morte do ator Jece Valadão. O velório, aberto ao público, ocorre até as 18h na Câmara Municipal de São Paulo (viaduto Jacareí, 100, centro). Durante a madrugada, o corpo foi velado na igreja Assembléia de Deus no Bom Retiro por amigos e familiares.

José Messias, produtor musical e jurado do programa Raul Gil:
"Eu conhecia Jece desde o fim dos anos 50 quando houve uma revolução cultural no país. Nomes como Nelson Rodrigues diziam que Jece era seu itérprete predileto. Jece rompeu estruturas. Ninguém quebrou tantos tabus ridículos e costumes idiotas como ele. Ele tinha o cinema no sangue. Já fui lá [ao lado do caixão, em velório na Câmara] do lado dele, peguei em sua mão e avisei: 'diz lá para o pessoal que eu tô indo daqui a pouco. O elenco lá em cima está muito melhor do que aqui embaixo"

Mara Maravilha, apresentadora, que freqüentava a mesma igreja:
"Conheci ele há cinco anos na igreja. A gente sabe que ele era talentoso, um ator renomado, mas eu o conheci no culto. A gente via que ele tinha sede de Deus"

Aguinaldo Timóteo, cantor e vereador:
"Conheci Jece há 40 anos. O estilo dele sempre foi a irreverência. Ele marcou sua passagem pelo cinema com muito garra. É uma grande perda."

José Mojica Marins, o Zé do Caixão, que filmava "Encarnação do Diabo" com Valadão:
"Ele ficará sempre na memória dos que amam o cinema. Ele foi um gigante. Jece deixou uma marca muito forte no cinema brasileiro. Sua comunicação com o público era direta, todo mundo queria ver as fitas dele. Ele era autêntico, tinha carisma. Nunca tínhamos trabalhado juntos, e nosso encontro estava sendo explosivo"

John Herbert, ator que trabalhou com Valadão em "O Torturador":
"Ele sempre foi um grande colega. Perdemos um ícone do cinema nacional. Uma pessoa que batalhou muito pelo nosso cinema e fez mais de cem filmes"

Hugo Carvana, ator que trabalhou em "Os Cafajestes" (1962) e "Boca de Ouro" (1963).
"Jece era um ator rigoroso, que criou um tipo, uma personalidade e que com certeza vai entrar na história do cinema brasileiro. Ele foi um homem do cinema, antes mais que um ator, ele produziu filmes importantes e foi um lutador pelas causas brasileiras"

Odete Lara, atriz que trabalhou com Valadão em "Boca de Ouro" e "Bonitinha, mas Ordinária":
"Era um nome muito representativo do cinema num período que também foi importante para mim. Eu pensava que não iria me impressionar mais com essas coisas, porque a gente sempre acha que aprendeu a conviver com a morte, mas saber disso me deixou chocada"

Júlio Bressane, cineasta:
"Conheci o Valadão nas filmagens de 'O Gigante da América', nos anos 70. Ele foi muito meu amigo naquele momento. Depois, não tive mais contato. Mas fiquei com lembrança muito boa: filmei nos estúdios dele e ele ajudou no que pôde"

Cao Hamburger, diretor da série "Filhos do Carnaval":
"Conheci Jece há pouco tempo. O trabalho que ele fez em 'Filhos' provou que ainda tinha muito a dar ao cinema e à televisão brasileira. Aprendi muito com ele. A família 'Filhos do Carnaval' está de luto"

Gilberto Braga, autor de novelas:
"Sempre tive grande simpatia pelo trabalho dele. Especialmente por ser um ator tão carioca. Trabalhei com ele na novela 'O Dono do Mundo', com muito bom resultado"

Lauro César Muniz autor de novelas:
"Era um grande nome do cinema brasileiro. Tive o prazer de tê-lo no elenco de 'Cidadão Brasileiro', num papel que ele fez com muito humor, graça e humanidade. Foi bem diferente dos tipos que ele criou, o que mostra grande versatilidade"

Antônio Calmon, autor de novelas e cineasta:
"Ele era uma estrela do cinema brasileiro, encarnava um certo tipo de 'durão' equivalente a Charles Bronson. Era tachado de cafajeste por ser brasileiro e mestiço, como todos nós"

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