Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/12/2006 - 09h57

Los Hermanos fecha turnê em SP com "Anna Júlia" e surpreende fãs

Publicidade

DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online

Após quase uma hora de show, no começo da madrugada deste sábado (2), em São Paulo, o grupo carioca Los Hermanos tocou "Anna Júlia". A faixa fez parte do "bis" de uma apresentação que durou quase 70 minutos, mas não estava incluída no set-list. Incrédulos, os 4.000 presentes (estimativa do evento) se dividiram.

A maioria foi no ritmo e cantou, mas com menos empolgação do que em canções como "Todo Carnaval Tem Seu Fim", "Vencedor" e "Azedume", outra surpresa da noite. Houve quem torcesse o nariz.

Diógenes Muniz/Folha Imagem
Marcelo Camelo (esquerda) e Rodrigo Amarante (direita) agitaram no palco
Marcelo Camelo (esquerda) e Rodrigo Amarante (direita) agitaram no palco
O caso de ódio e amor dos fãs de Los Hermanos com o primeiro hit do grupo rende polêmicas. Já houve inclusive bate-boca de Rodrigo Amarante (voz e guitarra) com um repórter no Festival de Inverno de Vitória da Conquista, em agosto deste ano, por causa da música. A pergunta: a banda se incomoda de ser, nas palavras de quem segurava o microfone, "sempre lembrada por causa 'Anna Júlia'"?

A música destoa do resto do trabalho do grupo, que amadurece a cada álbum, dizem os críticos da canção --entre eles, fãs incondicionais. Para simpatizantes menos incomodados, é um privilégio ouvir ao vivo algo que lançou o Los Hermanos para o sucesso, além de ser uma oportunidade rara.

Show

O último show da turnê do disco "4" do Los Hermanos em São Paulo aconteceu pelo Festival City Jam, na Academia Brasileira de Circo (zona oeste de SP). O evento também contou com Hurtmold e Clube do Balanço. O show do grupo carioca começou à 1h de sábado com "Pois É".

Diógenes Muniz/Folha Imagem
Camelo joga serpentina no público
Camelo joga serpentina no público
No palco, Marcelo Camelo (guitarra e voz) e Amarante mostravam empolgação anormal, se comparados a outros shows da mesma turnê. De sua bateria, Rodrigo Barba acenava com a cabeça para os outros integrantes, vestindo uma camiseta do grupo pernambucano Mombojó.

O público respondeu cantando, verso por verso, todas as 18 músicas da noite. Apesar de estar excepcionalmente dançante, a dupla Camelo/Aramante evitou discursar até a parada para o "bis". O máximo que se arrancava dos dois eram barulhos como "oba" e "epa", entre uma música e outra.

Bruno Medina (teclados) manteve seu estilo recatado. "Na dele", o tecladista mal olhou para o público. Estava sempre concentrado com seus instrumentos ou observando a performance dos companheiros. Em "Quem Sabe", já que não toca, saiu do palco e se acomodou em uma das cadeiras de plástico na área de imprensa e produção. E ficou ali, assistindo Los Hermanos de longe.

Um dos momentos mais festivos da apresentação aconteceu em "Todo Carnaval". Como de costume, a platéia fez uma mistura de circo com folia. Narizes de palhaço e confetes tomam a pista. Os músicos, mesmo quando atingidos por um pedaço de serpentina, brincam e jogam de volta para o público. Nem parecia que Camelo cantava: "Todo carnaval tem seu fim, é o fim, é o fim..."
Diógenes Muniz/Folha Imagem
Fãs fazem folia durante a canção "Todo Carnaval Tem Seu Fim", do Los Hermanos
Fãs fazem folia durante a canção "Todo Carnaval Tem Seu Fim", do Los Hermanos


Antes de tocar "Anna Júlia", a antepenúltima da noite, Camelo justificou a escolha tão inusitada: "É o nosso último show dessa turnê em São Paulo." O grupo acabou tirando "De Onde Vem a Calma" da set-list original para incluir seu primeiro grande hit da carreira.

Fãs

"A música não tem a cara deles, não combina com eles. Ok, fizeram uma coisa comercial que deu certo, mas agora não precisam mais disso", protestou Maíra Cordeiro, publicitária de 22 anos, após o show.

"Eu sabia que eles estavam nessa onda de se vender quando vi a Globo fazer propaganda do CD no intervalo da novela das oito. Pô, alguém avisa?", complementou Lígia.

Diógenes Muniz/Folha Imagem
Set-list do último show da turnê "4" do Los Hermanos em São Paulo
Set-list do último show da turnê "4" do Los Hermanos em São Paulo
Já a estudante Bianca Brancaleone, 19, admitiu a surpresa, mas classificou o episódio como positivo. "Foi meu primeiro show deles, e já dei a sorte de pegar 'Anna Júlia'." Usando seu nariz de palhaço e com o rosto ligeiramente manchado, explicou-se: "chorei muito quando eles tocaram 'Azedume' e 'A Flor'".

Para a produtora de TV Renata Cavalcante, 21, a escolha por "Anna Júlia" nesta madrugada foi a chance de ela ouvir uma música que marcou sua adolescência. "Esperava que eles tocassem há muito tempo, já fui a muitos shows. Quando veio "Anna Júlia", quase faleci", exagera.

O evento foi permeado por neo-hippies e universitários. Na entrada, às 23h, a fila de VIPs e credenciados era maior do que a de pagantes. Cambistas vendiam ingressos a R$ 30 --na bilheteria saía por R$ 50. Ao menos cinco furtos de celulares e carteiras foram registrados, e críticas pela falta de organização do festival ganharam ecos no Orkut. A organização do festival diz desconhecer as reclamações.

Após o show do Los Hermanos, apenas 1/3 do público permaneceu no local. Entre os que saíam, o comentário era de descrença por ter ouvido, enfim, "Anna Júlia" ao vivo. Para quem ainda não acredita, a apresentação deste sábado já está disponível no YouTube, claro.

Colaborou Pedro Pracchia

Leia mais
  • À revelia da Globo, cantoras de "Antônia" investem em carreira solo
  • Champignon recomeça "do zero" com 1º disco do Revolucionnários
  • Em sua despedida, B.B. King emociona a platéia paulista
  • Em boa fase, Paulo Ricardo lança CD com baladas e funk

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Los Hermanos
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página