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12/12/2006 - 09h53

Ex-Sepultura, Iggor Cavalera troca bateria por toca-discos

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ADRIANA FERREIRA SILVA
da Folha de S.Paulo

O nome, Mixhell, até tem a ver com seu passado como baterista da mais importante banda de rock pesado do Brasil. De resto, nada no novo projeto de Iggor Cavalera lembra o som que ele tocava no Sepultura.

Além de trocar as baquetas pelos toca-discos, Cavalera agora embala as pistas com uma mistura de rock e dance music à la LCD Soundsystem --o que deve ter deixado muitos metaleiros de cabelo em pé. "Às vezes, pelo fórum do Sepultura, fico sabendo de comentários do tipo 'o cara virou DJ, parou de tocar bateria'", conta Cavalera.

"Foi uma coincidência. Ao mesmo tempo em que estava largando a banda para buscar coisas novas, o projeto começou a criar uma identidade."

Iggor, 36, forma um duo com sua mulher, a artista plástica Laima Leyton, 29, com quem estreou nas picapes há um ano e meio, no Milo Garage.

Depois dessa experiência, o casal passou a investir. Comprou equipamentos. Fez pesquisas musicais. Viajou para conhecer produtores como James Murphy, do LCD Soundsystem. Como resultado, recebeu convite para remixar a faixa "Easy Love", dos canadenses MSTRKRFT, já dividiu sua noite no clube Glória com os 2ManyDJs e está no line-up de festas daqui e do exterior.

"Não temos 'background'. Estamos descobrindo tudo na raça", fala Laima. "É mais difícil do que a banda, com quem você toca e é aquilo", completa Cavalera. "Como DJ, você arrisca mais. Nunca se sabe qual será a reação do público."

E o público, às vezes, pode reagir de maneira inusitada: "Tocamos num festival no Ceará, e a tenda estava superbombada. De repente, as pessoas foram sumindo. Achei que o som estava ruim", lembra Cavalera. "É que no palco principal estava começando o show do Rappa. Todo mundo estava lá para vê-los", explica Laima.

Não foi o Mixhell que levou Iggor Cavalera a deixar a banda que ajudou a criar ao lado do irmão Max. Mas, o desafio de fazer um projeto como DJ, sintetiza sua insatisfação com o Sepultura: "Foram 20 anos de muito trampo e estava bem estafado. Ao mesmo tempo, queria buscar coisas novas e achava que tinha que me desvincular deles para começar".

Decisão difícil

Mas o processo, diz ele, não foi fácil. "O Sepultura era meio que um filho, uma coisa que criei e pensava 'pô, vou deixar isso para trás?'". Sobre a reação dos companheiros, Cavalera garante que as coisas aconteceram "naturalmente".

Voltar a tocar com o Sepultura não está em seus planos. Já a parceria com o irmão Max tem chances de ser retomada. Depois de dez anos só falando por telefone, os dois se reencontraram neste ano e Iggor participou de uma jam beneficente promovida por Max, em Phoenix, nos EUA, onde ele mora.

Quem descreve o episódio é Laima: "Foi emocionante. Na passagem de som, o Iggor estava tão nervoso que não conseguia segurar as baquetas. O Max também estava meio aéreo. Na primeira nota, tudo parecia estranho, mas, na segunda, o negócio engatou e todos começaram a chorar".

Mixhell
Quando: sáb., dia 23, às 24h
Onde: clube Glória (r. 13 de Maio, 830, Bela Vista, tel. 0/xx/11/3287-3700)
Quanto: de R$ 20 a R$ 35

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