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22/01/2007
-
09h53
ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
da Folha de S.Paulo, no Rio
A última temporada de verão na Europa deslanchou um desejo de futuro na moda mundial, depois de alguns anos marcados pela nostalgia dos luxos aristocráticos e românticos. O mesmo desejo já bateu à porta dos estilistas brasileiros --como se viu no Fashion Rio.
Na Europa, algumas grifes se mostraram empenhadas em pensar o futuro da moda e arriscar na busca de novos estilos, formas e tecnologias, como nas coleções de Balenciaga e Chalayan. A esta tendência se poderia chamar de novo futurismo.
Outras, trocaram as referências aos estilos aristocráticos pela nostalgia do imaginário espacial e tecnológico dos anos 60 e 80, criando um futurismo retrô --ou retrofuturismo.
Foi ele, o retrofuturismo, que predominou nas criações "futuristas" do Fashion Rio. Na Sommer, o exemplo fica claro: a grife evocou na sua vibrante coleção todo um museu de ícones espaciais do passado e da ficção científica, de Barbarella a "Guerra nas Estrelas".
O filme de George Lucas também serviu de inspiração à Virzi e a Walter Rodrigues. Este, aliás, associou o retrofuturismo a roupas étnicas, criando uma interessante miscigenação de formas.
Se é para abordar o futuro, é certo que o elemento esportivo tende a ser uma das chaves da moda nos próximos anos. As tecnologias e formas das roupas feitas para esportes entram cada vez mais para o vocabulário da moda, numa adaptação "sport luxury" --como se viu, no Fashion Rio, nas coleções da Redley, Reserva e Mara Mac.
Entre as linhas esportiva e retrô do futurismo, influências militares resurgem fortes em mantôs e pelerines, que completam os uniformes das desbravadoras contemporâneas --estejam elas interessadas nas novas tecnologias terrenas ou nos segredos ocultos no espaço.
Confira a "hot list" do Fashion Rio:
Vestidos - Continuarão sendo peças-chave no inverno. Permanecem os comprimentos micro e os shapes mais amplos do verão, só que com tecidos mais encorpados, que dão a idéia de estrutura. O balonê-ovo -que às vezes ganha mangas longas e vira casaco- e os curtinhos mais secos e limpos, com inspiração retrofuturista, são as novidades.
Shorts - Aparecem em versões mais volumosas, que não costumam pegar muito no Brasil, e em cortes retos, na vertente "space age" que faz referência às criações de André Courrèges nos anos 60.
Calças - O shape skinny ainda aparece, mas nesta temporada o destaque foram as pantalonas compridas e amplas.
Jaquetas - As do tipo mini surgiram em diversas coleções, em looks mais esportivos e em versões de alfaiataria. Os modelos mais compridos pedem mais forma e estrutura.
Mantôs - São os novos casacos. Podem ser mais longos ou mais curtinhos, como as pelerines. Os mais bacanas têm inspiração militar e esportiva, aparecendo inclusive com tecidos tecnológicos.
Sapatos - O hit da temporada são as "ankle boots" (as botinhas curtas, na altura do tornozelo) com saltos altos e mais grossos. As mais divertidas são as coloridas, que contrastam com a cartela sóbria das roupas. Os modelos sem salto de vinil, tipo astronauta-fashion, também devem pegar.
Meias - A meia-calça opaca ou de lurex, usada sozinha ou com meia esportiva e grossa por cima (inclusive polainas), foi a aposta de quase todos os stylists do Fashion Rio.
Cores - Cinzas, cinzas e mais cinzas, do quase branco ao bem escuro, passando pelo mesclado, que apareceu bastante nas coleções focadas no moletom. Os metalizados, incluindo aí o cinza metálico, também são tendência forte. Além disso, o preto retorna forte, fazendo a clássica dupla com o branco. Convém jogar um pouco de cor nos acessórios para não entristecer o look. Grafismos -com efeitos ópticos e geométricos- e splashes (tipo borrões de tinta) dominaram as passarelas.
Especial
Leia tudo o que já foi publicado sobre o Fashion Rio
Retrofuturismo e esportivo sofisticado seduzem Fashion Rio
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VIVIAN WHITEMAN
da Folha de S.Paulo, no Rio
A última temporada de verão na Europa deslanchou um desejo de futuro na moda mundial, depois de alguns anos marcados pela nostalgia dos luxos aristocráticos e românticos. O mesmo desejo já bateu à porta dos estilistas brasileiros --como se viu no Fashion Rio.
| Alexandre Schneider/FI |
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| Desfile da Sommer no Fashion Rio |
Outras, trocaram as referências aos estilos aristocráticos pela nostalgia do imaginário espacial e tecnológico dos anos 60 e 80, criando um futurismo retrô --ou retrofuturismo.
Foi ele, o retrofuturismo, que predominou nas criações "futuristas" do Fashion Rio. Na Sommer, o exemplo fica claro: a grife evocou na sua vibrante coleção todo um museu de ícones espaciais do passado e da ficção científica, de Barbarella a "Guerra nas Estrelas".
O filme de George Lucas também serviu de inspiração à Virzi e a Walter Rodrigues. Este, aliás, associou o retrofuturismo a roupas étnicas, criando uma interessante miscigenação de formas.
Se é para abordar o futuro, é certo que o elemento esportivo tende a ser uma das chaves da moda nos próximos anos. As tecnologias e formas das roupas feitas para esportes entram cada vez mais para o vocabulário da moda, numa adaptação "sport luxury" --como se viu, no Fashion Rio, nas coleções da Redley, Reserva e Mara Mac.
Entre as linhas esportiva e retrô do futurismo, influências militares resurgem fortes em mantôs e pelerines, que completam os uniformes das desbravadoras contemporâneas --estejam elas interessadas nas novas tecnologias terrenas ou nos segredos ocultos no espaço.
Confira a "hot list" do Fashion Rio:
Vestidos - Continuarão sendo peças-chave no inverno. Permanecem os comprimentos micro e os shapes mais amplos do verão, só que com tecidos mais encorpados, que dão a idéia de estrutura. O balonê-ovo -que às vezes ganha mangas longas e vira casaco- e os curtinhos mais secos e limpos, com inspiração retrofuturista, são as novidades.
Shorts - Aparecem em versões mais volumosas, que não costumam pegar muito no Brasil, e em cortes retos, na vertente "space age" que faz referência às criações de André Courrèges nos anos 60.
Calças - O shape skinny ainda aparece, mas nesta temporada o destaque foram as pantalonas compridas e amplas.
Jaquetas - As do tipo mini surgiram em diversas coleções, em looks mais esportivos e em versões de alfaiataria. Os modelos mais compridos pedem mais forma e estrutura.
Mantôs - São os novos casacos. Podem ser mais longos ou mais curtinhos, como as pelerines. Os mais bacanas têm inspiração militar e esportiva, aparecendo inclusive com tecidos tecnológicos.
Sapatos - O hit da temporada são as "ankle boots" (as botinhas curtas, na altura do tornozelo) com saltos altos e mais grossos. As mais divertidas são as coloridas, que contrastam com a cartela sóbria das roupas. Os modelos sem salto de vinil, tipo astronauta-fashion, também devem pegar.
Meias - A meia-calça opaca ou de lurex, usada sozinha ou com meia esportiva e grossa por cima (inclusive polainas), foi a aposta de quase todos os stylists do Fashion Rio.
Cores - Cinzas, cinzas e mais cinzas, do quase branco ao bem escuro, passando pelo mesclado, que apareceu bastante nas coleções focadas no moletom. Os metalizados, incluindo aí o cinza metálico, também são tendência forte. Além disso, o preto retorna forte, fazendo a clássica dupla com o branco. Convém jogar um pouco de cor nos acessórios para não entristecer o look. Grafismos -com efeitos ópticos e geométricos- e splashes (tipo borrões de tinta) dominaram as passarelas.
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