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29/01/2007
-
17h13
FERNANDA CRANCININOV
da Folha Online
Em sua 22ª edição, o maior evento de moda do país, o São Paulo Fashion Week (que termina hoje no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, após seis dias) parece estar longe de lançar novos talentos brasileiros na mídia internacional. Nesta edição de inverno, veículos de imprensa estrangeiros vêm ignorando as propostas dos desfiles para a moda, dando preferência à onda de sustentabilidade que invadiu o evento. Alguns veículos destacam ainda o combate à anorexia, promovido também pela semana de moda carioca, o "Fashion Rio", que aconteceu entre 9 e 14 de janeiro.
Em geral, o noticiário internacional descartou o design das criações, concentrando-se no material utilizado: "algodão biológico, lã artesanal, couro vegetal, tinturas à base de pigmentos naturais estão à frente do principal evento de moda do Brasil", destaca o canal de televisão francês France 2. "Os criadores de moda querem mostrar que eles não são indiferentes às grandes preocupações ecológicas, como a biodiversidade, o desenvolvimento sustentável e a consciência social e ambiental."
As instalações no prédio de Oscar Niemeyer também foram destaque em diversos países. Um painel contabiliza o número de árvores plantadas pela organização Luminosidade (produtora da SPFW) a fim de neutralizar os poluentes emitidos durante os seis dias de evento.
A organização vai plantar quase 5.000 árvores, de mais de 80 tipos diferentes de espécies locais, em uma zona devastada da floresta Atlântica. Entre um desfile e outro, "os visitantes podiam calcular sua emissão anual de carbono a partir de dados de seus hábitos cotidianos. Uma pequena recepção logo na entrada do prédio oferecia o cálculo e orientações sobre como diminuir a emissão de poluentes no dia-a-dia."
Entre os estilistas, são citados apenas aqueles que optaram por utilizar materiais alternativos (reciclados a partir de garrafas PET ou de PVC e empregados na fabricação de sapatos em couro sintético, por exemplo).
Lorenzo Merlino é citado por ser associado ao "Instituto do PVC" e Oskar Metsavaht, que assina a marca Osklen, é lembrado pelo lançamento do selo "e-label". "Os produtos sob esta marca têm um impacto quase nulo no ambiente, preservando a diversidade cultural e tecendo relações éticas com as comunidades locais."
Entre os atuantes na moda brasileira, o reconhecimento pela habilidade como estilista (independentemente da onda ecológica) é conferido apenas aos já consagrados no cenário internacional: "Amir Slama [que não participa da edição de inverno], criador de moda praia, assinando os biquinis da marca Rosa Chá e Alexandre Herchcovitch, com seu 'prêt-à-porter' apresentado também em Paris e Nova York".
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Cobertura internacional do SPFW ignora criações e destaca ecologia
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da Folha Online
Em sua 22ª edição, o maior evento de moda do país, o São Paulo Fashion Week (que termina hoje no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, após seis dias) parece estar longe de lançar novos talentos brasileiros na mídia internacional. Nesta edição de inverno, veículos de imprensa estrangeiros vêm ignorando as propostas dos desfiles para a moda, dando preferência à onda de sustentabilidade que invadiu o evento. Alguns veículos destacam ainda o combate à anorexia, promovido também pela semana de moda carioca, o "Fashion Rio", que aconteceu entre 9 e 14 de janeiro.
Em geral, o noticiário internacional descartou o design das criações, concentrando-se no material utilizado: "algodão biológico, lã artesanal, couro vegetal, tinturas à base de pigmentos naturais estão à frente do principal evento de moda do Brasil", destaca o canal de televisão francês France 2. "Os criadores de moda querem mostrar que eles não são indiferentes às grandes preocupações ecológicas, como a biodiversidade, o desenvolvimento sustentável e a consciência social e ambiental."
As instalações no prédio de Oscar Niemeyer também foram destaque em diversos países. Um painel contabiliza o número de árvores plantadas pela organização Luminosidade (produtora da SPFW) a fim de neutralizar os poluentes emitidos durante os seis dias de evento.
A organização vai plantar quase 5.000 árvores, de mais de 80 tipos diferentes de espécies locais, em uma zona devastada da floresta Atlântica. Entre um desfile e outro, "os visitantes podiam calcular sua emissão anual de carbono a partir de dados de seus hábitos cotidianos. Uma pequena recepção logo na entrada do prédio oferecia o cálculo e orientações sobre como diminuir a emissão de poluentes no dia-a-dia."
Entre os estilistas, são citados apenas aqueles que optaram por utilizar materiais alternativos (reciclados a partir de garrafas PET ou de PVC e empregados na fabricação de sapatos em couro sintético, por exemplo).
Lorenzo Merlino é citado por ser associado ao "Instituto do PVC" e Oskar Metsavaht, que assina a marca Osklen, é lembrado pelo lançamento do selo "e-label". "Os produtos sob esta marca têm um impacto quase nulo no ambiente, preservando a diversidade cultural e tecendo relações éticas com as comunidades locais."
Entre os atuantes na moda brasileira, o reconhecimento pela habilidade como estilista (independentemente da onda ecológica) é conferido apenas aos já consagrados no cenário internacional: "Amir Slama [que não participa da edição de inverno], criador de moda praia, assinando os biquinis da marca Rosa Chá e Alexandre Herchcovitch, com seu 'prêt-à-porter' apresentado também em Paris e Nova York".
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