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01/02/2007
-
09h11
da Folha Online
Duas semanas atrás, Ronaldo Esper, 63, se tornou o assunto do momento. Detido em flagrante acusado de tentar furtar dois vasos no cemitério do Araçá, o estilista foi um prato cheio para as colunas e programas sobre famosos.
"Eu sabia que tinha uma certa popularidade, mas não a esse ponto", diz Esper. Para ele, toda essa "loucura" não foi em vão. "Acho que isso aconteceu porque eu, sendo católico, não acreditava no diabo --e para a Igreja Católica o diabo existe", ressalta o estilista. "Deus me deu um chacoalhão para mostrar que o mal existe."
Após o episódio, Esper sentiu despertar a vontade de fazer algo mais. Decidiu que entrará para a vida pública. "Estou procurando um partido político para, no ano que vem, ser candidato a vereador", conta o apresentador do quadro "Agulhadas", do "SuperPop" (Rede TV!).
Já à espera de comparações com o estilista e deputado federal Clodovil Hernandez (PTC-SP), Esper se defende: "Sinceramente, quando Clodovil disse que sairia candidato, sequer falava de sua plataforma". Ele, garante, já tem propostas.
Leia a seguir a entrevista:
Folha Online - Como você vê a mídia após esse episódio?
Ronaldo Esper - Muita gente falou mal, o que eu não esperava, pois eram pessoas que se diziam amigas. Teve gente que nem me conhece e foi supercarinhosa comigo, como o Ratinho. Hebe, minha amiga há 30 anos, me tratou como um irmão. Luciana [Gimenez] mandou advogados imediatamente. Foi um misto de alegria e tristeza, ódio e amor, tragédia e humor, certezas e enganos.
Folha Online - Houve uma repercussão muito grande do caso no Brasil todo. Você esperava algo assim?
Esper - Vou te dizer uma coisa. Eu sabia que tinha uma certa popularidade, mas não a esse ponto. Pessoas que me conhecem falam que sou modesto demais, e realmente sou. Não tenho noção. Até a Globo deu o caso --e isso normalmente seria uma frescura para ela.
Folha Online - Você já voltou ao seu dia-a-dia normal?
Esper - Não parei nenhum dia. Foi tudo uma loucura e agora voltou ao normal, mas não parei. Pessoas mandaram flores, bombons, cartas, as mais variadas religiões oferecendo coisas, até macumbas. Sou católico apostólico romano roxo, mas não daqueles chatos.
Folha Online - E se apegou a algum santo na prisão?
Esper - Tenho o Sagrado Coração de Jesus e meu santo é São Sebastião.
Folha Online - E agora, daqui para frente?
Esper - Estou procurando um partido político para, no ano que vem, ser candidato a vereador. Há vários motivos: coisas que vi no cemitério, na prisão. Não fui maltratado em lugar nenhum, mas há coisas que têm de melhorar. São todos seres humanos. Os mortos também merecem respeito porque já foram seres humanos.
Folha Online - Não acha que vão compará-lo a Clodovil?
Esper - Vai haver comparação. Mas, sinceramente, quando Clodovil disse que sairia candidato, sequer falava de sua plataforma. Parte dos cemitérios é da prefeitura e não sei se vereador vai a cemitério, mas devemos respeito aos mortos. Outra coisa que me chamou a atenção é a condição da mulher, especialmente a mulher da periferia, que trabalha feito uma escrava. Não houve libertação dos escravos, e a mulher é a maior vítima.
Folha Online - A pergunta que não pode faltar: você roubou [sic] os vasos?
Esper - Meu bem, roubo [sic] é quando você pega uma coisa de um lugar fechado e sai com ela. Os vasos estão lá, ficaram lá o tempo inteiro. Apenas peguei os vasos num monte de entulho, onde era um 'ex-túmulo' --o próprio administrador do cemitério chama aquilo de terreno, que estava à venda. Pensei: vou levar esse par, vai ficar bonito na capela [do cemitério]. E coloquei dentro da sacola. As flores estavam no carro. Sempre quando faço minha devoção no cemitério, vou atrás de recipientes --não vou trazer aquilo na mão. O funcionário me pegou no percurso entre o terreno e a capela.
Folha Online - E que experiência fica dessa história?
Esper - Há um monte de lições, mas a maior... Acho que isso aconteceu porque eu, sendo católico, não acreditava no diabo --e para a Igreja Católica o diabo existe. Eu achava que era coisa para criança. Cheguei à conclusão de que Deus não me castigou. Ele me deu um chacoalhão para mostrar que o mal existe.
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Duas semanas atrás, Ronaldo Esper, 63, se tornou o assunto do momento. Detido em flagrante acusado de tentar furtar dois vasos no cemitério do Araçá, o estilista foi um prato cheio para as colunas e programas sobre famosos.
"Eu sabia que tinha uma certa popularidade, mas não a esse ponto", diz Esper. Para ele, toda essa "loucura" não foi em vão. "Acho que isso aconteceu porque eu, sendo católico, não acreditava no diabo --e para a Igreja Católica o diabo existe", ressalta o estilista. "Deus me deu um chacoalhão para mostrar que o mal existe."
Rubens Cavallari/FI |
Ronaldo Esper foi detido há duas semanas |
Já à espera de comparações com o estilista e deputado federal Clodovil Hernandez (PTC-SP), Esper se defende: "Sinceramente, quando Clodovil disse que sairia candidato, sequer falava de sua plataforma". Ele, garante, já tem propostas.
Leia a seguir a entrevista:
Folha Online - Como você vê a mídia após esse episódio?
Ronaldo Esper - Muita gente falou mal, o que eu não esperava, pois eram pessoas que se diziam amigas. Teve gente que nem me conhece e foi supercarinhosa comigo, como o Ratinho. Hebe, minha amiga há 30 anos, me tratou como um irmão. Luciana [Gimenez] mandou advogados imediatamente. Foi um misto de alegria e tristeza, ódio e amor, tragédia e humor, certezas e enganos.
Folha Online - Houve uma repercussão muito grande do caso no Brasil todo. Você esperava algo assim?
Esper - Vou te dizer uma coisa. Eu sabia que tinha uma certa popularidade, mas não a esse ponto. Pessoas que me conhecem falam que sou modesto demais, e realmente sou. Não tenho noção. Até a Globo deu o caso --e isso normalmente seria uma frescura para ela.
Folha Online - Você já voltou ao seu dia-a-dia normal?
Esper - Não parei nenhum dia. Foi tudo uma loucura e agora voltou ao normal, mas não parei. Pessoas mandaram flores, bombons, cartas, as mais variadas religiões oferecendo coisas, até macumbas. Sou católico apostólico romano roxo, mas não daqueles chatos.
Divulgação |
Estilista quer ser vereador |
Esper - Tenho o Sagrado Coração de Jesus e meu santo é São Sebastião.
Folha Online - E agora, daqui para frente?
Esper - Estou procurando um partido político para, no ano que vem, ser candidato a vereador. Há vários motivos: coisas que vi no cemitério, na prisão. Não fui maltratado em lugar nenhum, mas há coisas que têm de melhorar. São todos seres humanos. Os mortos também merecem respeito porque já foram seres humanos.
Folha Online - Não acha que vão compará-lo a Clodovil?
Esper - Vai haver comparação. Mas, sinceramente, quando Clodovil disse que sairia candidato, sequer falava de sua plataforma. Parte dos cemitérios é da prefeitura e não sei se vereador vai a cemitério, mas devemos respeito aos mortos. Outra coisa que me chamou a atenção é a condição da mulher, especialmente a mulher da periferia, que trabalha feito uma escrava. Não houve libertação dos escravos, e a mulher é a maior vítima.
Folha Online - A pergunta que não pode faltar: você roubou [sic] os vasos?
Esper - Meu bem, roubo [sic] é quando você pega uma coisa de um lugar fechado e sai com ela. Os vasos estão lá, ficaram lá o tempo inteiro. Apenas peguei os vasos num monte de entulho, onde era um 'ex-túmulo' --o próprio administrador do cemitério chama aquilo de terreno, que estava à venda. Pensei: vou levar esse par, vai ficar bonito na capela [do cemitério]. E coloquei dentro da sacola. As flores estavam no carro. Sempre quando faço minha devoção no cemitério, vou atrás de recipientes --não vou trazer aquilo na mão. O funcionário me pegou no percurso entre o terreno e a capela.
Folha Online - E que experiência fica dessa história?
Esper - Há um monte de lições, mas a maior... Acho que isso aconteceu porque eu, sendo católico, não acreditava no diabo --e para a Igreja Católica o diabo existe. Eu achava que era coisa para criança. Cheguei à conclusão de que Deus não me castigou. Ele me deu um chacoalhão para mostrar que o mal existe.
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