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01/02/2007 - 09h40

Masp retoma arte contemporânea com mostra de Alex Flemming

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MARIO GIOIA
da Folha de S.Paulo

O Masp (Museu de Arte de São Paulo) volta, a partir de hoje, a ser uma instituição que valoriza a a arte contemporânea, com a abertura, para convidados, da exposição de Alex Flemming, 52. Paulistano radicado em Berlim, Flemming exibe uma nova faceta de sua produção, com 76 fotografias digitais impressas em telas de PVC.

Julia Moraes/Folha Imagem
Alex Flemming, artista plastico paulista radicado na Alemanha ganha retrospectiva no MASP
Alex Flemming, artista plastico paulista radicado na Alemanha ganha retrospectiva no MASP
A opção pelos contemporâneos já é resultado da nova política artística do museu, agora comandada por um curador coordenador, Teixeira Coelho, que teve boa passagem pelo MAC-USP (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo).

Coelho quer privilegiar artistas de meia-idade que não tiveram exposições ou retrospectivas de peso na cidade. O videoartista Eder Santos deve ser o próximo, com mostra prevista para maio. No mesmo segmento, o museu programou exposições de Arthur Omar e Ana Maria Tavares.

"O Flemming tem uma produção consistente, é convidado para diversas exposições no exterior, mas, no Brasil, tem poucas publicações, é pouco visto e não possui nem galeria em São Paulo", afirma Coelho.

Geografia do corpo

Há um ano, Flemming disse à Folha que estava "otimista" quanto à opção pela fotografia digital. "Depois daquelas imagens iniciais, continuei me exercitando e não parei de fazer fotografias até o começo do ano", conta ele.

O artista percorreu São Paulo, Brasília, Belém, Recife, Lisboa, Berlim e Jerusalém em busca de imagens que transitassem entre os pontos tradicionais mais conhecidos --como igrejas e museus-- e os mais corriqueiros --lanchonetes, "sushi bares", aviões, metrôs.

"Tento obter novos olhares tanto sobre lugares sacramentados, como as igrejas, e os não-lugares que existem em todo o mundo, como o 'sushi bar'", diz ele. "Em todos, tento remeter a uma experiência pictórica, na qual a beleza se apresenta em detalhes, que podem aparecer em mudanças mínimas de ângulos do mesmo local."

O sagrado e o "profano" se misturam, como na montagem de fotografias que fecha a exposição, exibindo um Cristo barroco próximo à figura de um modelo masculino. "O corpo tem uma característica forte de transcendência, também presente nas fortes imagens religiosas. Fazer uma leitura conjunta é bastante político nestes dias de neoconservadorismo", acredita o artista.

Arquiteto de formação, Flemming, cuja série mais famosa é "Sumaré", obra pública na estação homônima de metrô, em São Paulo, utilizou com sabedoria o prédio do museu, de autoria de Lina Bo Bardi (1914-1992). Isolou um dos andares, pintando-o de preto, mas mantendo aberturas para o lado de fora --o da avenida Paulista.

Fez também com que os polêmicos cavaletes expositivos inventados por Lina, de concreto e vidro, criassem um jogo de transparências e reflexos. "Coloquei os cavaletes em diversas alturas e ângulos, fazendo com que as obras dialoguem. A inteligência de Lina, assim, permanece", diz.

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