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02/02/2007 - 08h43

Diretor de fotografia de "A Rainha", brasileiro defende Frears e mexicanos

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MARY PERSIA
da Folha Online

De Glauber Rocha e Arnaldo Jabor a Almodóvar e Walter Salles, Affonso Beato, 65, já exercitou diversas formas de registrar imagens --e nos mais variados lugares. Um ano atrás, filmava do outro lado do Atlântico "A Rainha", longa de Stephen Frears que recebeu seis indicações ao Oscar --incluindo as categorias mais importantes.

Divulgação
Beato é diretor de fotografia
Beato é diretor de fotografia
O diretor de fotografia aposta em uma boa aceitação do sotaque britânico pelos membros da Academia norte-americana. O filme, que ganhou os Globos de Ouro de melhor atriz (Helen Mirren) e roteiro (Peter Morgan), custou "módicos" US$ 9 milhões e já fez US$ 84 milhões --metade nos Estados Unidos.

"'A Rainha' é o filme mais inteligente do ano. Apesar de não ser tão grande em termos de produção, fez um sucesso incrível. Abordou um tema bastante controverso, que é a família real e a cultura inglesa, mostrando essa dinâmica e as entranhas do poder na Inglaterra", considera Beato.

Ele foi apresentado a Frears por meio de um fotógrafo com quem o cineasta inglês trabalhava. Leu o roteiro sobre a postura da família real frente à morte de Diana, gostou e partiu para o desafio. "Vi que haveria muito material e de várias formas, como os de arquivo. As imagens seriam muito díspares."

Divulgação
Indicada ao Oscar, atriz ganhou Globo de Ouro
Indicada ao Oscar, atriz ganhou Globo de Ouro
A solução foi assumir o contraste entre os diversos formatos também no material que seria produzido. "A família real é filmada em 35 mm, com tripé, grua, em movimentos harmoniosos, bem enquadrados. Já Tony Blair é filmado em 16 mm, com a câmera na mão. Assim, a família real parece mais estática, mais comportada, enquanto há mais dinamismo em relação a Blair."

Beato, que vive nos Estados Unidos há 35 anos --os últimos dez em Los Angeles--, já tem outra parceria com Frears na agenda. Os dois preparam um piloto de uma série para a TV norte-americana. No cinema, o próximo trabalho do fotógrafo será "Amor nos Tempos do Cólera" (de Mike Newell, baseado no livro de Gabriel García Márquez), que acaba de ser filmado na Colômbia.

"Tenho algumas ofertas na minha mão. Neste momento posso escolher, mas nem sempre foi assim", lembra.

Mexicanos

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"O Labirinto do Fauno", de Gillermo Del Toro
"O Labirinto do Fauno", de Gillermo Del Toro
O brasileiro não vai à premiação do Oscar ("Pode ser que me convidem de última hora, mas não espero ir"), mas é firme em suas apostas: no dia 25 de fevereiro, vai dar mexicano segurando a estatueta de melhor diretor de fotografia.

As boas expectativas rondam Emmanuel Lubezki (o "Chivo") pelo longa "Filhos da Esperança" (de Alfonso Cuarón, de "E Sua Mãe Também" e "Grandes Esperanças", entre outros) e Guillermo Navarro, por "O Labirinto do Fauno" (de Guillermo del Toro).

Ambos fizeram carreira em produções de língua hispânica e filmes para o mercado norte-americano. Lubezki tem, entre seus trabalhos, "O Novo Mundo", "O Assassinato de Richard Nixon" e "Ali", enquanto o nome de Navarro aparece nos créditos de "Uma Noite no Museu", "Stuart Little", "Pequenos Espiões" e "Hellboy", outra aventura fantástica de Del Toro, produzida nos Estados Unidos ao custo de US$ 66 milhões.

Divulgação
"Filhos da Esperança", de Alfonso Cuarón
"Filhos da Esperança", de Alfonso Cuarón
Beato nota o movimento de expansão da área de atuação dos mexicanos --que, neste ano, têm 16 indicações ao Oscar. "Hollywood saturou o mercado com o 'way of life' [modo de vida] americano. A vanguarda do cinema internacional é Alfonso Cuarón, Alejandro Gonzáles Iñárritu. A grande renovação passa pelos valores latinos", diz o fotógrafo, para quem a Academia norte-americana deve, sim premiar os mexicanos --diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando, apesar das diversas indicações para produções "off-Hollywood", se mostrou menos "liberal" na hora de premiar.

Tudo conspira para essa "invasão", considera Beato, inclusive a proximidade física entre Hollywood e o México. "Nós brasileiros, com Walter Salles e Fernando Meirelles, também estamos próximos. Nosso momento ainda vai chegar", declara. "Na verdade, já chegou."

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