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02/02/2007 - 10h27

Chavões e emoção dominam "À Procura da Felicidade"

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MARY PERSIA
da Folha Online

A história é real, mas pouco há de realismo no resultado final de "À Procura da Felicidade", estrelado por Will Smith e seu filho Jaden. Repleta de chavões num roteiro nada surpreendente, a história de Chris Gardner parece um conto de fadas vivido nos anos 80. Mas emociona.

O longa é um dos raros filmes com crianças em que o pequeno não rouba os holofotes --eles são quase todos de Smith, o pai. O ator tomou para si o projeto de levar às telas a história do homem que, dormindo em abrigos para moradores de rua, lutou por uma vida melhor. Para isso, chamou o diretor italiano Gabriele Muccino ("O Último Beijo", "No Limite das Emoções").

Divulgação
Ator Will Smith foi indicado ao Oscar
Ator Will Smith foi indicado ao Oscar
Em sua relação de camaradagem com o filho, o personagem de Smith envolve o espectador com o forte sentimento de amor paterno, com todas as suas responsabilidades, sofrimentos e alegrias. "Golpe baixo" para quem é e para quem quer ser pai.

Em outra manobra tão conhecida --e eficiente-- quanto, uma sucessão de infortúnios leva a dupla a situações degradantes. "Gardner foi realmente um f...", vem à cabeça do espectador, que começa a se achar um sortudo mesmo que lhe falte dinheiro para o ônibus.

Smith leva o público a se solidarizar com o personagem que não tem onde dormir, mas sonha em trabalhar na bolsa em San Francisco. Sim, se um país como os Estados Unidos inclui em sua Declaração de Independência o direito à busca da felicidade ("life, liberty and pursuit of happiness") como um dos direitos inalienáveis de seus cidadãos, essa felicidade naturalmente está ligada ao dinheiro.

Com Gardner, o ator foi --justamente-- indicado ao Oscar, cuja cerimônia acontece em 25 de fevereiro. Concorrerá com os matadores Leonardo DiCaprio ("Diamante de Sangue") e Forest Whitaker ("O Último Rei da Escócia"), além de Ryan Gosling ("Half Nelson") e Peter O'Toole ("Venus"). Se levar a estatueta, alcançará outro objetivo, também com justiça: mostrar que já pode ser levado a sério.

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