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08/02/2007
-
18h02
FRANÇOIS CASTÉRAN
da France Presse, em Toulouse
O corpo de balé do Teatro do Capitole em Toulouse (França), em plena ascensão na cena da dança européia, tem coração brasileiro: um primeiro bailarino e duas solistas que são o orgulho da diretora da companhia, Nanette Glushak. Ela não poupa elogios quando fala de Breno Bittencourt, Juliana Bastos, e Maria-Lucia Segalin.
"São os que trabalham mais duro. Eles têm disciplina, dedicação, talento e elegância" diz Nanette, que começou a dançar aos 16 anos no New York City Ballet.
Mas o xodó da coreógrafa, ex-parceira de Baryshnikov nos anos 70, é o baiano Breno Bittencourt, 25, atual intérprete do príncipe Quebra-Nozes na obra de Tchaïkovski (coreografia de Michel Rahn). "Além de bonito, ele tem muita técnica, ao patamar dos melhores bailarinos da Ópera de Paris", diz Nanette. "Ele é brilhante e tem talento de ator", completa.
Elogiado pela crítica por sua capacidade de se adaptar às coreografias mais complexas, como a de John Cranko em "A Megera Domada" de Shakespeare ou a sua interpretação da personagem de Basílio em "Dom Quixote", o bailarino, sempre à vontade no repertório clássico ou no contemporâneo, virou a coqueluche do público de Toulouse.
Carreira
Após uma passagem no Jeune Ballet de France e no balé de Wiesbaden na Alemanha, o brasileiro ingressou no balé de Toulouse como primeiro solista em 1999. Ele confessa preferir as obras que oferecem mais possibilidades de mostrar a própria virtuosidade, tanto no campo da dança quanto no campo da atuação teatral. "Sou mais 'Dom Quixote' que 'Quebra Nozes'", afirma Bittencourt.
Para Maria Gutierrez, a parceira habitual de Breno, o brasileiro tem uma "técnica incrível". "Ele é ótimo ator e, apesar de todo o prestígio, continua o mesmo, sempre muito gentil e atencioso", afirma a bailarina.
Uma simpatia que ela também tem pelas duas bailarinas brasileiras do grupo: a mineira Juliana Bastos, 29, que já foi integrante do Stuttgarter Ballet na Alemanha e do Birmingham Royal Ballet na Inglaterra, e a catarinense Maria Lucia Segalin, 25, já com seis anos no balé de Toulouse.
Solista brilhante --sua interpretação da personagem de Bianca em "A Megera Domada" foi um grande sucesso de crítica e de público-- Juliana Bastos é fã das coreografias de Balanchine. A brasileira fica à vontade com Nanette Glushak, a mais "balanchiana" das diretoras de balé. "Ela é bonita, tem muito talento e é muito disciplinada --quase demais", diz Nanette. "Parece fechada, mas é só timidez. Juliana é de uma grande gentileza."
Já Maria Lucia Segalin --companheira há oito anos de Breno Bittencourt-- é com certeza uma das dançarinas mais completas do corpo de balé. Ela carrega um extenso repertório, o que lhe permitiu conseguir uma série de prêmios.
Os três, premiados no concurso de dança de Brasília, passaram pela escola de balé da Ópera de Viena, onde concluíram sua formação no repertório clássico. Para eles, Toulouse --onde têm contrato permanente-- oferece a oportunidade de interpretar, além do repertório clássico e neo-clássico, obras contemporâneas como "Who Cares?" de Gershwin, na coreografia de Balanchine, ou "Na Floresta" de Villa-Lobos, na coreografia de Nacho Duato.
Eles não têm projetos imediatos de voltar profissionalmente ao Brasil. Mesmo se a saudade bate forte no inverno europeu, os três admitem que, por enquanto, ainda há muito o que construir junto ao balé de Toulouse.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre balé
Brasileiros se destacam no corpo de balé de Toulouse
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da France Presse, em Toulouse
O corpo de balé do Teatro do Capitole em Toulouse (França), em plena ascensão na cena da dança européia, tem coração brasileiro: um primeiro bailarino e duas solistas que são o orgulho da diretora da companhia, Nanette Glushak. Ela não poupa elogios quando fala de Breno Bittencourt, Juliana Bastos, e Maria-Lucia Segalin.
"São os que trabalham mais duro. Eles têm disciplina, dedicação, talento e elegância" diz Nanette, que começou a dançar aos 16 anos no New York City Ballet.
Mas o xodó da coreógrafa, ex-parceira de Baryshnikov nos anos 70, é o baiano Breno Bittencourt, 25, atual intérprete do príncipe Quebra-Nozes na obra de Tchaïkovski (coreografia de Michel Rahn). "Além de bonito, ele tem muita técnica, ao patamar dos melhores bailarinos da Ópera de Paris", diz Nanette. "Ele é brilhante e tem talento de ator", completa.
Divulgação |
Breno Bittencourt e Maria Gutierrez em cena |
Carreira
Após uma passagem no Jeune Ballet de France e no balé de Wiesbaden na Alemanha, o brasileiro ingressou no balé de Toulouse como primeiro solista em 1999. Ele confessa preferir as obras que oferecem mais possibilidades de mostrar a própria virtuosidade, tanto no campo da dança quanto no campo da atuação teatral. "Sou mais 'Dom Quixote' que 'Quebra Nozes'", afirma Bittencourt.
Para Maria Gutierrez, a parceira habitual de Breno, o brasileiro tem uma "técnica incrível". "Ele é ótimo ator e, apesar de todo o prestígio, continua o mesmo, sempre muito gentil e atencioso", afirma a bailarina.
Uma simpatia que ela também tem pelas duas bailarinas brasileiras do grupo: a mineira Juliana Bastos, 29, que já foi integrante do Stuttgarter Ballet na Alemanha e do Birmingham Royal Ballet na Inglaterra, e a catarinense Maria Lucia Segalin, 25, já com seis anos no balé de Toulouse.
Divulgação |
Juliana Bastos, do Balé de Toulouse |
Já Maria Lucia Segalin --companheira há oito anos de Breno Bittencourt-- é com certeza uma das dançarinas mais completas do corpo de balé. Ela carrega um extenso repertório, o que lhe permitiu conseguir uma série de prêmios.
Os três, premiados no concurso de dança de Brasília, passaram pela escola de balé da Ópera de Viena, onde concluíram sua formação no repertório clássico. Para eles, Toulouse --onde têm contrato permanente-- oferece a oportunidade de interpretar, além do repertório clássico e neo-clássico, obras contemporâneas como "Who Cares?" de Gershwin, na coreografia de Balanchine, ou "Na Floresta" de Villa-Lobos, na coreografia de Nacho Duato.
Eles não têm projetos imediatos de voltar profissionalmente ao Brasil. Mesmo se a saudade bate forte no inverno europeu, os três admitem que, por enquanto, ainda há muito o que construir junto ao balé de Toulouse.
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