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16/02/2007 - 10h33

"300", com Rodrigo Santoro, divide opiniões em Berlim

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SILVANA ARANTES
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Berlim

Recebido com simpatia pela crítica norte-americana e com a expectativa de um estouro de bilheteria, a superprodução hollywoodiana "300", de Zack Snyder, é alvo de um acalorado debate no Festival de Berlim.

"300" é baseado na HQ de Frank Miller --autor também de "Sin City"-- sobre a batalha de Termópilas, em que 300 soldados de Esparta, liderados por seu rei, Leônidas (Gerard Butler), enfrentaram milhares de combatentes persas.

Divulgação
Rodrigo Santoro vive Xerxes
Rodrigo Santoro vive Xerxes
Leônidas combatia contra os objetivos expansionistas de Xerxes (o brasileiro Rodrigo Santoro), o rei da Pérsia, que se julgava um deus.

A ação de "300" ocorre em 480 a.C. Mas, depois de ser exibido fora de competição, anteontem, o filme suscitou em Berlim paralelos com épocas bem mais atuais.

"Fui chamado até de nazista. Não sabia que o filme era tão bom assim, do tipo que muda a vida das pessoas", diz Snyder.

Com hiperestilizadas, brutais e sangüíneas cenas de luta, "300" tem clara admiração pelo ímpeto beligerante dos espartanos e por seu lema de que não há lugar para fraquezas, portanto, que estejam preparados para a glória --na guerra.

Ao ironizar as críticas européias, Snyder procura deixar claro que seu objetivo principal com "300" era "fazer um filme que fosse exatamente igual à HQ de Miller", o que significa se permitir brincar com a história e seus personagens.

Contudo, ele mesmo propõe um paralelo de "300" com a história contemporânea dos EUA. Depois de citar que teve a idéia de fazer o filme há sete anos, afirma reconhecer que, desde então, "vivemos uma época política importante".

Dispensando-se de citar o 11 de Setembro e a consecutiva "guerra ao terror" da administração George W. Bush, o diretor afirma que "há fortes argumentos para ver Bush em Xerxes" e diz que o filme "evidentemente assume o ponto de vista de Esparta".

Snyder disse à Folha que escolheu Santoro para interpretar Xerxes "porque ele é um homem bonito mas também um grande ator, capaz de sutilezas na interpretação". O diretor queria essa habilidade de Santoro para que ele fizesse de Xerxes um personagem "não necessariamente o mau do filme, o odioso, o repugnante".

Gigante

Santoro é caracterizado de forma quase irreconhecível como Xerxes --careca, muito maquiado, com piercings no rosto e correntes de ouro por todo o corpo, o ator ganha artificialmente a altura de um gigante, exigida pelo personagem. A voz é retrabalhada digitalmente, para soar totalmente grave.

"Zack [Snyder] dizia que, quando Xerxes abre a boca no filme, a sala de cinema tem de tremer", conta Santoro. Xerxes só abre a boca aos 50 minutos do filme (que tem 117 minutos), quando aparece pela primeira vez. Antes disso, a história se concentra na preparação dos espartanos para a guerra.

Santoro disse que se inspirou no ator russo Yul Brynner (1915-85) para interpretar a "entidade" que é Xerxes. Disse que terminava cada dia de filmagens no Canadá "completamente exausto", mas que achou "ótimo trabalhar com Snyder, que tem boa energia e sabe exatamente o que quer". "300" deve estrear no Brasil em 30/3.

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