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14/03/2007 - 18h38

Pianista brasileiro disputa prêmio de inovação musical em Paris

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FERNANDA CRANCIANINOV
da Folha Online

A terceira edição do prêmio Qwartz (Qwartz Prix des Musiques Nouvelles), que presta uma homenagem a músicos e grupos que contribuem para a renovação musical, receberá, entre os nomeados, o pianista brasileiro Otavio Henrique Soares Brandão, 57.

Soares Brandão, pianista e compositor, foi indicado por sua leitura, sob a orientação de Pierre Schaeffer, do "Tratado de Objetos Musicais" (Traité des Objets Musicaux), fornecendo uma base ao trabalho de criação, interpretação e técnica instrumental ao piano.

Divulgação
Soares Brandão, pianista e compositor, foi indicado por sua leitura de Pierre Schaeffer
Soares Brandão, pianista e compositor, foi indicado por sua leitura de Pierre Schaeffer
"O Ministério da Cultura forneceu as passagens e devo embarcar neste sábado para a França", disse Brandão em entrevista à Folha Online. "É muito difícil viver de música no Brasil, espero que agora, com a indicação deste prêmio, a situação melhore."

Brandão vai concorrer ao "Qwartz Pierre Schaeffer" com Matthew Herbert, Matmos, Soares Brandao e Henri Pousseur.

A cerimônia acontecerá em Paris (França) no dia 23 (sexta-feira), no Cirque d'Hiver Bouglione, às 19h locais. Durante o evento, com duração de cinco horas, acontecerá uma performance com nove músicos convidados, seguida pela premiação dos artistas indicados ao Qwartz.

Homenagem

A organização selecionou um amplo leque de músicos e intérpretes que representam a riqueza e a diversidade na música contemporânea. Este ano, o Qwartz também prestará uma homenagem à cantora Björk, que receberá o prêmio de honra da noite (Qwartz d'Honneur), entregue pelo compositor francês Pierre Henry.

Divulgação
Björk receberá o prêmio de honra "Qwartz d'Honneur" na França
Björk receberá o prêmio de honra "Qwartz d'Honneur" na França
O prêmio é tradicionalmente conferido a personalidades que contribuíram com sua obra (ou ação) para o conhecimento e desenvolvimento da música contemporânea, eletrônica e digital.

No total, serão entregues 16 prêmios Qwartz. A premiação conferida à música eletrônica foi dividida em oito categorias (álbum, canção, revelação, experimental, dance floor, compilação, videoclip e artwork & packaging). Os indicados estão disponíveis no site. A votação, entre mais de 350 concorrentes, foi encerrada no dia 15 de fevereiro.

A seleção dos indicados foi baseada na votação do público que visitou a Exposição Internacional da Criação Internacional (Exposition Internationale de la Création Internationale), que aconteceu entre os dias 1º de novembro de 2006 e 15 de fevereiro deste ano, na França. O artista (ou o grupo) indicado pelo público será premiado com o "Qwartz Artiste", recebendo 5.000 euros.

Cerimônia

Reprodução
Terceira edição de prêmio Qwartz acontece neste mês, no dia 23 (sexta-feira), em Paris
Terceira edição de prêmio Qwartz acontece neste mês, no dia 23 (sexta-feira), em Paris
A cerimônia vai reunir os artistas indicados, selos independentes, produtores e atores do setor de diversos países, entre os quais Chile, EUA, México, Canadá, Alemanha, Áustria, Reino Unido, Espanha, Itália, Rússia, Ucrânia, Suíça, China, Noruega, Grécia, Bélgica, França, Islândia e Brasil.

A programação musical da noite conta com a performance, entre outros, de Eject Project (Rússia), Soares Brandão (Brasil), Cocoon (França), Silk Saw (Bélgica), Leafcutter John (Reino Unido), Leonard de Leonard & Maxx (França/USA), Krater & LOD (Espanha), Hypo & EDH (França), FM3 (USA/China), Vitaminsforyou (Canadá).

Soares Brandão

"Resposta à Schaeffer" (Réponse à Schaeffer), composta por Soares Brandão para piano solo, reúne peças musicais fundamentadas na teoria e metodologia schaefferiana --que reafirma a importância do intérprete na composição musical.

"O Tratado de Objetos Musicais", escrito em 1967, considera o fenômeno musical como uma "comunhão social". Segundo o tratado, cada civilização transmitiria suas escolhas culturais, produzindo assim, seu "inconsciente musical". O tratado também propõe um diálogo entre civilizações musicais.

Brandão estudou composição na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), embarcando para a França em 1977 para seguir seus estudos com Pierre Schaeffer. Retornando ao Brasil, em 1990, Brandão dedicou-se à pedagogia experimental da música, criando a orquestra Afro Brasileira, responsável pela formação dos componentes da bateria da Escola de Samba de Mangueira(RJ) em parceria com a socióloga Íbis Ferreira Soares Brandão. Atualmente, Brandão reside em Goiânia (GO).

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