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15/02/2010 - 12h33

"Ritmo de hoje parece o velório do sambista", diz Germano Mathias

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FERNANDA MENA
da Folha de S.Paulo

No samba de Germano Mathias, a batida do surdo é adiantada. É isso que traz dinamismo a sua música. É a síncope do ritmo. "O som que fazem hoje é intercalado", critica. "Batem o surdo atrasado demais. Parece o velório do sambista", brinca.

Mathias aprendeu a tocar e a cantar nas rodas de engraxates do centro de São Paulo, de onde herdou a marca de seus shows: a tampa de uma lata de graxa.

Dali, foi promovido para a ala de frigideiras da Escola de Samba Rosas Negras. "Nos anos 50, frigideira era tamborim. Fazia um repique tilintoso que se ouvia de longe", lembra.

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Começou a carreira profissional em outubro de 1955, quando venceu um programa de calouros da rádio Tupi, onde foi contratado como "cantor e executante de instrumentos exóticos". No ano seguinte, gravava seu primeiro sucesso, "Minha Nega na Janela".

Nos anos 60, sofreu a primeira desilusão da carreira. Um empresário alemão o contratou para uma turnê na Europa, mas morreu um mês antes do embarque. Mathias guarda até hoje o passaporte tirado à época, ainda em branco. A foto registra seus 26 anos de idade. "Era o Marlon Brando dos pobres."

Em seguida, outra decepção: "O iê-iê-iê estourou, e sambista não tinha mais valor". Sem dinheiro, Mathias virou oficial de Justiça. Desistiu da profissão quando acompanhou a polícia num mandado de prisão e foi recebido a tiro. "Ser sambista é difícil, mas menos perigoso."

Mudou-se para o Rio e foi recebido na Mangueira como bamba. Pouco depois, retornou a São Paulo e, no final dos anos 70, voltou à cena com o disco "Antologia do Samba-Choro", gravado com Gilberto Gil.

A trajetória pessoal e o brilho de sua música renderam a biografia "Sambexplícito" (Ed. A Girafa), de Caio Silveira Ramos, lançada em 2008, e o documentário "Ginga no Asfalto", de André Rosa e Guilherme Vergueiro, em que canta sucessos e conta causos.

GERMANO MATHIAS CANTA COM JAIR RODRIGUES
Quando: Quinta (18/2), às 22h30
Onde: Bar Brahma (av. Ipiranga esquina com São João)
Quanto: R$ 50

 

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