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01/04/2007 - 13h26

Saiba mais sobre Michelangelo, o "Divino"

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Colaboração para a Folha Online

"A escultura é a arte de representar a matéria". São palavras do próprio Michelangelo, escultor, pintor e arquiteto italiano, conhecido entre seus contemporâneos como o "Divino", uma maneira no mínimo justa de se referir a este que, ainda em vida, já era visto como um artista completo, talentoso, de espantosa memória visual e técnica irrepreensível.

Nascido em 1475 na pequena cidade de Caprese, próxima a Arezzo, Michelangelo di Ludovico Buonarroti Simoni era filho de um magistrado que também possuía uma mina de mármore e uma pequena fazenda. Criado por uma ama-de-leite cujo marido era cortador de mármore, um Michelangelo ainda pequeno já convivia com o material que lhe seria tão caro durante toda a vida.

Inicialmente contrários às aptidões artísticas latentes no filho, os pais de Michelangelo acabaram concordando em deixá-lo ingressar, aos 13 anos, como aprendiz do pintor Domenico Ghirlandaio. Pouco mais de um ano depois o jovem artista entrou para a escola de escultura de Lorenzo de Médici, poeta e entusiasta das artes em cuja residência havia um jardim com estátuas clássicas italianas. Estava travado o contato do futuro escultor com aquelas que seriam sua obsessão durante toda a vida: esculturas de corpos nus e atléticos.

Lorenzo morreu e, após dois anos na residência dos Médici, o artista foi obrigado a voltar para a casa do pai, em 1492. É nesse período que Michelangelo se dedica ao estudo da anatomia humana, dissecando cadáveres na Igreja do Santo Espírito, em Florença. Esses conhecimentos seriam fundamentais para a excelência atingida posteriormente em suas esculturas, que revelavam um conhecimento detalhado de cada músculo do corpo humano.

Após breves períodos em Veneza e Bolonha, Michelangelo fixou-se em Roma, onde foi convidado a trabalhar para o papa Júlio II, dando início a um relacionamento conturbado que inauguraria o "período heróico" do artista. O grandioso túmulo encomendado a ele por Júlio II, com quarenta grandes estátuas à sua volta, nunca seria concluído, devido principalmente às brigas entre os dois. Júlio II era vaidoso e impaciente, mas não negava sua imensa admiração por Michelangelo.

Foi servindo a esse papa, também, que Michelangelo realizou sua mais extraordinária obra: as pinturas no teto e paredes da Capela Sistina. Ainda que os afrescos não fossem sua especialidade, o "Divino" não desapontou e criou uma espetacular sucessão de cenas e personagens bíblicos, onde os corpos dos personagens se contorciam a fim de caberem na curva das paredes laterais. O trabalho levou quatro anos para ficar pronto.

Nas palavras do pintor e arquiteto italiano Giorgio Vasari, seu contemporâneo, as representações de figuras humanas criadas por Michelangelo têm "o vigor e o apelo da carne viva". Sua intenção ao criar as fantásticas esculturas em mármore definem seu espírito: Michelangelo desejava liberar uma figura aprisionada dentro do bloco de pedra, e considerava o trabalho terminado somente quando o "conceito" inicial se apresentava totalmente visível, revelando a forma desejada pelo escultor.

Michelangelo escreveu ainda livros de poesia e foi também um grande arquiteto, tendo projetado, entre outras obras, a impressionante cúpula da Basílica de São Pedro. Admirado por seus conterrâneos e considerado o maior artista de seu tempo, continuou trabalhando até sua morte, aos 89 anos, em Roma. Seu último pedido, já no leito de morte, foi ser enterrado em sua amada Florença.

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