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25/04/2007 - 18h56

Exibido no Cine PE, "O Mundo em Duas Voltas" diversifica cinema

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FERNANDA CRANCIANINOV
da Folha Online, em Recife

"O Mundo em Duas Voltas", exibido ontem no 11º Cine PE, chega no próximo dia 27 às salas de cinema do Brasil (regiões Sul e Sudeste) conferindo um pouco mais de "leveza" e diversidade ao repertório cinematográfico atual. Com muita competência, o documentário sobre as aventuras da família Schürmann poderá surpreender o público ao dar mais um passo rumo à diversificação da indústria cinematográfica brasileira.

Mais do que reconstruir uma passagem histórica (a volta ao mundo entre 1519 e 1522 pelo navegador Fernão de Magalhães), o filme mostra três anos (de 1997 a 2000) de uma família excêntrica e, acima de tudo, feliz. A reconstituição dos fatos históricos é apresentada em animação, sob os traços do desenhista francês Laurent Cardon.

No barco, o excesso de otimismo e ausência de problemas impera e talvez não convença, mas, segundo o diretor e membro da família, David Schürmann, "a família é assim mesmo, feliz. Em meio a tantos problemas, existe, sim, gente feliz neste mundo". As dificuldades de documentar uma briga ou discussão também contribuíram para o clima de "calmaria" entre a tripulação do barco.

"É muito difícil registrar um momento de briga. Assim que você aproxima a câmera, a pessoa pára de falar, ela pára a discussão. Por isso, os poucos registros que fizemos foram com a câmera escondida, quando eu consegui mantê-la ligada sem que notassem."

O filme também não aborda de forma completa a dramática histórica de Katherine Scürmann (kat), que, portadora de HIV, morreu há quase ano. Segundo, David, o filme já estava pronto quando a morte de Kat por uma crise de pneumonia aconteceu. "Não quisemos usar a morte de Kat como um fator de comoção entre o público. Decidimos, então, apenas dedicar o filme a ela", explica o diretor.

Fabiano Gullane, produtor pela Gullane Filmes ("Bicho de Sete Cabeças" e "Carandiru"), parece ter consciência que são problemas pontuais perto do grande passo que o cinema nacional pode dar. O filme já está em negociação no exterior com uma representante de distribuição alemã, a Media Luna.

"Viemos de uma tradição de filmes que mostravam um universo problemático. Este não, passa uma mensagem positiva às pessoas. Acredito que será bom para o cinema nacional assim como tem sido para a gente", afirmou Gullane.

Longe dos tradicionais temas da cinematografia nacional --ora relacionada ao universo 'global' (Rede Globo), ora em falso clima de denúncia e com uma visão elitista da pobreza--, o brasileiro que decidir prestigiar "O Mundo em Duas Voltas" terá seu ingresso valorizado por uma história com belas imagens e produção impecável.

A repórter viajou a convite do festival

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