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24/05/2007
-
11h32
DEBORA BERGAMASCO
da Folha Online
A proibição da biografia "Roberto Carlos em Detalhes" (ed. Planeta), de Paulo César Araújo, não pôs fim à polêmica em torno de um dos maiores astros da música brasileira. Agora, vem à tona um dos tabus da história do artista: o acidente (contado no livro) no qual ele perdeu parte da perna direita em 1947, aos seis anos de idade.
Tati Bueno, jornalista de Cachoeiro de Itapemirim (ES), cidade natal do cantor, contesta versão do livro de Araújo. Segundo o escritor, Renato Spíndola e Castro retirou Roberto Carlos dos trilhos do trem que o mutilou. Ela luta pelo reconhecimento da participação de seu pai na história.
"Quem tirou Roberto debaixo da máquina ferroviária foi meu pai, Argemiro Bueno", diz a jornalista. Na época, Argemiro trabalhava como fiscal de trem. Na visão da jornalista, o episódio apresentado pelo livro apresenta "versões incorretas [de pessoas] que inventam histórias".
O episódio foi raras vezes comentado pelo cantor, e há muito tempo. Seu site oficial não cita o acidente.
Indignada com a suposta injustiça, Tati ataca o artista. "Roberto é muito omisso, não tem posição nenhuma", considera a jornalista. Ela diz que gostaria que seu pai fosse reconhecido. "No fundo, você sempre quer que a pessoa te passe a mão na cabeça por um gesto amável que você fez."
Ela conta que, quando os especiais de fim de ano de Roberto Carlos eram exibidos na televisão, a mãe ficava na poltrona e batia palmas. Já o pai fazia qualquer comentário desairoso e saía da sala.
Defesa
Paulo César Araújo, autor de "Roberto Carlos em Detalhes", responde que a versão presente no livro foi retirada de uma entrevista concedida em 1973 pelo próprio cantor.
"Passei uma semana em Cachoeiro de Itapemirim e encontrei umas dez pessoas que diziam ter salvado Roberto Carlos. Não acho que seja mentira, já que foi um acidente em praça pública. É possível que muitos tenham ajudado", justifica o escritor.
No fim do mês de abril, a Planeta e o autor chegaram a um acordo no qual a editora promete interromper a publicação da biografia não-autorizada e recolher todos os exemplares ainda no mercado. A editora entregará ainda todo o estoque de livros ao cantor. Em troca, Roberto Carlos abriu mão de receber indenizações.
A biografia foi lançada em dezembro. Alguns trechos que teriam incomodado o Rei falavam da doença de sua mulher, Maria Rita, do acidente na infância e das suas conquistas amorosas.
A assessoria de imprensa do cantor informa que Roberto Carlos não comenta o assunto.
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da Folha Online
A proibição da biografia "Roberto Carlos em Detalhes" (ed. Planeta), de Paulo César Araújo, não pôs fim à polêmica em torno de um dos maiores astros da música brasileira. Agora, vem à tona um dos tabus da história do artista: o acidente (contado no livro) no qual ele perdeu parte da perna direita em 1947, aos seis anos de idade.
Tati Bueno, jornalista de Cachoeiro de Itapemirim (ES), cidade natal do cantor, contesta versão do livro de Araújo. Segundo o escritor, Renato Spíndola e Castro retirou Roberto Carlos dos trilhos do trem que o mutilou. Ela luta pelo reconhecimento da participação de seu pai na história.
| John Riley/Efe |
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| Cantor foi à Justiça contra livro |
O episódio foi raras vezes comentado pelo cantor, e há muito tempo. Seu site oficial não cita o acidente.
Indignada com a suposta injustiça, Tati ataca o artista. "Roberto é muito omisso, não tem posição nenhuma", considera a jornalista. Ela diz que gostaria que seu pai fosse reconhecido. "No fundo, você sempre quer que a pessoa te passe a mão na cabeça por um gesto amável que você fez."
Ela conta que, quando os especiais de fim de ano de Roberto Carlos eram exibidos na televisão, a mãe ficava na poltrona e batia palmas. Já o pai fazia qualquer comentário desairoso e saía da sala.
Defesa
Paulo César Araújo, autor de "Roberto Carlos em Detalhes", responde que a versão presente no livro foi retirada de uma entrevista concedida em 1973 pelo próprio cantor.
"Passei uma semana em Cachoeiro de Itapemirim e encontrei umas dez pessoas que diziam ter salvado Roberto Carlos. Não acho que seja mentira, já que foi um acidente em praça pública. É possível que muitos tenham ajudado", justifica o escritor.
No fim do mês de abril, a Planeta e o autor chegaram a um acordo no qual a editora promete interromper a publicação da biografia não-autorizada e recolher todos os exemplares ainda no mercado. A editora entregará ainda todo o estoque de livros ao cantor. Em troca, Roberto Carlos abriu mão de receber indenizações.
A biografia foi lançada em dezembro. Alguns trechos que teriam incomodado o Rei falavam da doença de sua mulher, Maria Rita, do acidente na infância e das suas conquistas amorosas.
A assessoria de imprensa do cantor informa que Roberto Carlos não comenta o assunto.
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