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21/12/2000 - 04h48

Ex-Pink Floyd lança disco duplo ao vivo e faz ópera bilíngue

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CLAUDIA ASSEF, da Folha de S.Paulo

Co-fundador e ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters, 57, mantém uma carreira solo que inclui shows lotados mundo afora e aparições em apoio a causas políticas desde meados dos anos 80.

Para provar que a vida vai bem longe do Pink Floyd, só faltava lançar um álbum ao vivo. Agora não falta mais. O duplo "In the Flesh", gravado durante extensa turnê entre 1999 e 2000, é como um tapa na cara do Pink Floyd, banda que Waters deixou, depois de muitas turbulências, em 1984.

Os três integrantes remanescentes (David Gilmour, Richard Wright e Nick Manson) ganharam na Justiça o direito de continuar usando o nome. "In the Flesh", que aliás é uma das músicas do "The Wall", a obra mais famosa da banda, é uma compilação de interpretações ao vivo de clássicos do Pink Floyd. No meio do disco, Waters colocou algumas músicas de sua carreira solo, além de uma canção inédita ("Each Small Candle"). O CD é o quarto álbum solo de Waters.

Boa parte das músicas que estão em "In the Flesh" já havia sido gravada em álbuns ao vivo do agora trio Pink Floyd. "Isso não me incomoda", disse Rogers Waters à Folha, em entrevista num hotel de luxo em Londres.

"Acho que o público vai poder dizer melhor quais são as diferenças entre o meu disco ao vivo e as gravações ao vivo do atual Pink Floyd", disse. "Essas músicas significam muito para mim."

Mas, se Waters e Pink Floyd gostam de revisitar a discografia da banda ao vivo, por que não convocar uma reunião dos quatro músicos? "Não consigo imaginar uma retomada da banda agora", diz Waters. "O caminho que eu escolhi para a minha vida, que inclui minha família e meus amigos, vai numa direção que não deverá incluir uma visita à casa de nenhum deles."

A relação dos quatro músicos não abre espaço nem para formalidades do tipo enviar cartões de Natal. "Simplesmente não temos nenhum relacionamento", diz. "Talvez a Ginger Gilmour (mulher do guitarrista e vocalista), que é uma alma boa e pacífica, nos mande um cartão de Natal. Os outros, não."

A inclinação política de Waters, presente na maioria de suas letras dos tempos de Pink Floyd ("Money", "Pigs", "Welcome to the Machine"), continua acesa.

A letra da única música inédita do álbum ("Each Small Candle") foi baseada num poema escrito por "um sul-americano que havia sido vítima de tortura em seu país". Rogers explica: "Um jornalista italiano me enviou o poema. Reuni as agonias do autor e a descrição de uma cena horrível de guerra que vi na TV para chegar à letra da música".

Parte da renda arrecadada com a venda de "In the Flesh" será revertida para a Anistia Internacional, organização da qual Waters é militante.
Para o ano que vem, em vez de sair em turnê, Waters quer se dedicar a um projeto pessoal que começou há dez anos: a gravação de uma ópera em francês e inglês.

"O difícil de fazer ópera é que os bons cantores têm a agenda lotada. Só consegui reunir bons vocalistas para gravar em março de 2001", diz. Segundo ele, o disco, com 80 minutos de duração, sai em meados do ano
que vem.

E a turnê de "In the Flesh" fica para 2002. "Que diferença faz tocar minha música em 2001 ou 2002? O importante é que gosto do meu emprego."

  • A jornalista Claudia Assef viajou a Londres a convite da gravadora Sony
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