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08/01/2001 - 11h19

Red Hot vai tocar Ramones e Circle Jerks no Rock in Rio

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MARCELO VALLETTA
da Folha de S.Paulo

Ramones e Circle Jerks. Músicas das duas bandas do punk rock norte-americano são as cartas na manga do Red Hot Chili Peppers, quarteto californiano que visita o Brasil pela terceira vez e que será o último a se apresentar no encerramento da terceira edição do Rock in Rio, no dia 21 de janeiro.

Como o disco novo, previsto apenas para o ano que vem (o RHCP entra em estúdio para ensaios em fevereiro e pretende começar a gravar em julho), ainda nem foi composto e a banda não quer repetir o repertório apresentado na última vez em que veio ao país, em outubro de 99, para divulgar o então recém-lançado "Californication", o jeito é apelar para os covers, conta à Folha o guitarrista John Frusciante, por telefone, de Los Angeles.

"Existe uma grande chance de nós tocarmos "Pinhead", dos Ramones. E também vamos tocar um medley com duas músicas do Circle Jerks, "I Just Want Some Skank" e "Beverly Hills'", revela. Famoso também por suas versões, o quarteto já visitou Stevie Wonder ("Higher Ground") e Jimi Hendrix ("Fire"), entre outros.

Frusciante, que demonstrou não estar muito bem informado a respeito do festival, disse que dificilmente vai deixar o quarto do hotel. "Gosto de ficar tocando guitarra, escutando CDs..."

O guitarrista ficou entusiasmado ao saber que o REM vai tocar no festival: "É uma de minhas bandas preferidas. Talvez eu vá ver o show do Oasis, apesar de gostar apenas do primeiro disco deles. Mas REM é um show que eu assistiria inteiro, com certeza".

Acostumado a grandes festivais ao ar livre, o músico diz nem saber mais como é tocar em um local pequeno. Sobre os incidentes ocorridos durante o show do grupo na terceira edição do festival Woodstock, em 99, quando os espectadores usaram as velas distribuídas pela banda para atear fogo em tudo ao redor, Frusciante diz que "aquilo foi terrível, mas nós não tínhamos a mínima idéia do que estava acontecendo, quando estávamos no palco. Só ouvimos falar do ocorrido depois".

Logo após sua estada na América do Sul (o Red Hot também toca no dia 24 em Buenos Aires, com o Deftones), Frusciante parte direto para a Europa, onde fará shows -só voz e violão- em Londres, Paris, Hamburgo e Amsterdã, para promover seu terceiro disco solo, "To Record Only Water for Ten Days" ("Gravar Apenas Água por Dez Dias").

Segundo ele, o nome do álbum, que será lançado mundialmente, inclusive no Brasil, em 13 de fevereiro e é influenciado por Björk e Depeche Mode, significa sua purificação: "Eu decidi, há três anos, que, se o meu corpo fosse um gravador, eu precisaria tentar gravar apenas água por dez dias. Meu trabalho era descobrir o que isso significava. Eu queria fazer um disco, ser um músico de novo, e eu não conseguia mais".

Na época, o guitarrista teve sérios problemas com drogas e teve de ser internado em uma clínica de reabilitação: "Levei dois anos para expurgar os produtos químicos que estavam acumulados no meu corpo. É impressionante como essas coisas o infestam".

Frusciante afirma que voltar para a banda -ele, que entrou no RHCP em 1988, quando tinha 17 anos, para substituir Hillel Slovak, morto por overdose, havia saído em 1992, quando o grupo estava no auge do sucesso- foi o que o salvou: "Você não pode imaginar como foi bom receber amor de pessoas como Anthony e Flea. Saber que, tocando minha música, eu estava fazendo com que eles se sentissem bem. Isso me limpou e me colocou de volta no caminho".

Sobre o relacionamento com os companheiros de estrada, ele conta que hoje todos são mais amigos do que nunca: "Antes, todo mundo estava com o ego inchado. Agora, quando alguém tem um problema, nós conversamos, nos abrimos. Ficar acumulando ressentimentos foi o que provocou todo o mal entre nós".

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