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11/01/2001 - 10h33

Será o show de nossas vidas, diz Dave Grohl, do Foo Fighters

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LÚCIO RIBEIRO
da Folha de S. Paulo

Agora vai. Os fãs brasileiros do Foo Fighters vão finalmente botar os olhos (e principalmente os ouvidos) na banda de Dave Grohl, uma das grandes atrações deste sábado do Rock in Rio 3.

Quem garante é o próprio Grohl, vocalista e guitarrista do grupo, que falou à Folha direto de sua casa-estúdio em Virginia, nos EUA, por telefone.

"Vamos e faremos o show de nossas vidas. Pode avisar aí", Grohl anuncia, conclamando seus fãs. O convite é extensivo à enorme legião adoradora do Nirvana, lendário grupo em que Grohl tocava bateria.

O Foo Fighters, que toca no festival depois de Beck e antes do REM, já teria passado pelo Brasil em abril de 2000 com essa turnê do álbum "There Is Nothing Left to Lose", não tivessem os shows (SP, RJ e BH) sido cancelados uma semana antes.

"Até foi bom ter sido assim. É muito melhor que o nosso show aconteça só agora. O pique é outro. Estamos bem mais afiados depois de um ano de turnê. E nossa vontade de tocar aí só aumentou", afirma Grohl, que vai comemorar seu 32º aniversário no Rock in Rio, domingo, dia seguinte à apresentação do Foo Fighters.

"Vai ser a minha maior festa de aniversário. Dois grandes shows (Oasis, Guns N" Roses) e uns 100 mil convidados."

Leia a entrevista com Grohl.

Folha - Então o Foo Fighters vai tocar mesmo no Brasil desta vez?
Dave Grohl -
Com certeza. E não tenha dúvida de que vamos fazer o melhor show das nossas vidas no Rock in Rio.

Embora me sinta um pouco embaraçado pelo que aconteceu, desta vez vai ser muito melhor do que seriam os shows se fôssemos aí no começo do ano passado.

Agora o pique é outro. Muitas bandas, muita gente. Estamos bem mais afiados depois de um ano de turnê. E nossa vontade de tocar aí só aumentou.

Pode escrever aí no seu jornal. O Foo Fighters vai arrebentar.

Folha - Para acabar de vez com esta questão, o que deu errado nos shows marcados para abril do ano passado, que foram cancelados na véspera, já com muitos ingressos vendidos?
Grohl -
Uma semana antes de irmos ao Brasil, aconteceram algumas coisas que nos fizeram sentar e dizer: não vamos agora.

Foi um conjunto de coisas, não uma simples razão, como andaram falando (morte do pai do guitarrista Chris Shifflet, gravação de videoclipe, apresentação no programa do David Letterman, desaprovação do show "exclusivo" para a Telemig).

Folha - Agora a pergunta básica: qual a sua expectativa de tocar em um festival como o Rock in Rio 3?
Grohl -
A expectativa é uma só. Será o maior show da carreira do Foo Fighters. Vai ser foda.

O negócio é que o Foo Fighters nunca foi ao Brasil, então não sei quantas pessoas aí gostam da banda, se eles conhecem as canções. Na verdade, não sei o que esperar por parte do público, mas no palco iremos arrebentar.

Folha - Você sabia que a capacidade de público do festival é de 250 mil pessoas, embora talvez o Foo Fighters toque "só" para umas 80 mil, 100 mil?
Grohl -
Se chegar a 100 mil já será um dos maiores públicos que terei visto em minha existência. O Nirvana uma vez tocou para 125 mil na Dinamarca. Foi uma verdadeira loucura.

Sabe, depois que o público passa de 50 mil, não interessa mais. Você, de lá de cima do palco, já não consegue ver o fim da massa, onde acaba. Perde o controle.

Mais de 50 mil já não é mais público. Não dá mais para identificar algumas pessoas. É uma massa uniforme, entende?

Folha - O Foo Fighters toca na mesma noite de Beck e REM. Você acha que sua banda está em boa companhia?
Grohl -
Será maravilhoso. Eu adoro Beck, adoro REM, conhecemos bem todo mundo das duas bandas. Se bem que podemos ser os esquisitos da noite, uma vez que tocamos muito mais pesados e somos mais barulhentos que os outros. Mas no fim vai ser legal.

Folha - E sobre a lista total das atrações: Neil Young, Britney Spears, Iron Maiden, Oasis, 'NSync... O que você acha dela e qual show você escolheria para ver, se fosse o caso?
Grohl -
É uma lista divertida para um festival. Mas sabe o que vai ser melhor? Nós tocamos no sábado, 13. O dia seguinte será meu aniversário. E vou comemorar no Rock in Rio, vendo os shows do Oasis e do Guns N" Roses. Será a minha melhor festa de aniversário na vida, com grandes shows e uns 100 mil convidados.

Folha - Vocês vão trazer o Brian May, do Queen, para o Rock in Rio 3 (May já tocou ao vivo com o Foo Fighters, na regravação de "Have a Cigar", do Pink Floyd, que está na trilha de "Missão Impossível 2")?
Grohl -
Seria ótimo. Mas parece que ele vai estar com o grupo Five, pelo que ouvi (não confirmado pela organização do festival nem pela gravadora do artista). Se ele quiser aparecer em nosso show e tocar...

Folha - Como está o show do Foo Fighters depois de um ano excursionando pelo mundo com a turnê do álbum "There Is Nothing Left to Lose"?
Grohl -
Está barulhento, cheio de vibração, raivoso, pesado. Foi ficando melhor a cada apresentação. Vocês vão ver.

Folha - Há alguma possibilidade de músicas do Nirvana aparecerem no show do Foo Fighters?
Grohl -
Não. Nenhuma. Não tocamos canções do Nirvana em nossos shows. Não que seja uma coisa proibida, mas fazemos isso em respeito aos fãs do Nirvana e ao próprio Kurt (Cobain, que se matou em 1994). O Foo Fighters é uma outra banda, com outros caras, seu próprio estilo e canções. Vamos deixar o Nirvana para a história.

Folha - Você ainda se lembra dos shows do Nirvana no Brasil, em 1993?
Grohl -
Nunca vou me esquecer daquilo. Ficamos completamente chapados, Kurt perdeu o controle, e eu e Krist (Novoselic, baixista) chegamos a ficar preocupados com a realização do show (de SP).

Folha - E disco novo? Alguma novidade?
Grohl -
Não começamos a gravar nada ainda. Mas já estamos experimentando alguns sons, discutindo umas idéias. Vamos fazer o show do Brasil e um na Argentina e aí vamos nos trancar aqui no nosso estúdio para começar a escrever as canções. A intenção é começar a gravar em maio, junho, por essa época.

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