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13/01/2001 - 04h32

REM: Inspirados pelo Rio

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LÚCIO RIBEIRO, da Folha de S.Paulo

Os fãs brasileiros da banda americana REM não têm do que reclamar. Tudo bem que a espera por um show do grupo no país durou 20 anos, mas agora Michael Stipe, Peter Buck e Mike Mills, que se apresentam esta madrugada no Rock in Rio 3, envolveram o Brasil na realização de seu 13º álbum, que chega às lojas em maio.

O nome do disco, "Reveal" (Revele), foi inspirado nas "vibrações positivas" que Stipe, em uma fase "espírita", encontrou na cidade do Rio de Janeiro. E principalmente na visão da estátua do Cristo Redentor.

O álbum, sucessor do disco "Up", deve conter de 12 a 13 faixas, dependendo de detalhes finais que a banda decidiria ontem à noite, quando iria exibir o disco a diretores da Warner Bros. e da Warner brasileira, em uma audição do novo material.

"Reveal" é categorizado como um disco "lírico e atmosférico", embora o CD carregue entre as baladas melancólicas algumas canções mais pesadas e com guitarras sujas, que aproximariam o novo disco de "Automatic for the People" (1992), o último sucesso de vendas do REM.

Porém apenas duas músicas novas serão tocadas nesta madrugada no Rock in Rio. A banda, que passou boa parte de seus seis dias no Brasil ensaiando as canções de "Reveal" em um estúdio na Barra, vai escolher entre as novas faixas "The Lifting", "She Just Wants to Be", "Saturn Return", "Gruesome Sense of Self" e "Beach Ball" para realizar sua espécie de "test drive" no Brasil.

O REM concedeu ontem à tarde uma entrevista coletiva no hotel Copacabana Palace. Em mais uma etapa do processo de "adoção" do Brasil, Michael Stipe anunciou que a turnê mundial do REM em 2001 teria apenas dois shows: o de hoje no Rio e um em Buenos Aires, semana que vem.

"Há muito tempo desejávamos tocar aqui", disse Stipe. "O disco novo e esses dois shows são tudo o que a banda vai fazer neste ano. Esse é o calendário 2001 do REM."

Peter Buck, que produziu o novo álbum solo de Nando Reis em Seattle, justificou assim o motivo pelo qual não vai participar do show do músico dos Titãs na Tenda Brasil, que acontece hoje às 21h30: "Não fui convidado. Até tocaria, mas não estou sabendo de nada. Se ele me chamar...".

A entrevista a jornalistas do mundo todo, que se reuniam no hotel carioca em busca de novidades sobre o novo CD (um disco sobre como é difícil viver, segundo a banda), transcorreu com os três integrantes do REM falando também sobre Internet, George Bush, Radiohead e sobre a carreira do grupo, desde os tempos em que Stipe e o guitarrista Peter Buck moravam em uma igreja na Georgia, no final dos anos 70.

Questionado por um jornalista americano sobre o que achava de George W. Bush ter vencido a eleição nos EUA, Stipe disparou um "Ele não é nosso presidente", para depois deitar a cabeça sobre a mesa, demonstrando enfado.

Sobre a pressão de carregar nas mãos um dos mais milionários contratos de uma banda de rock hoje no mundo, Peter Buck diz que a questão não afeta muito os caminhos do REM. "Esse sucesso financeiro sempre foi irrelevante para a música do REM. Os objetivos do grupo desde o início sempre foram o de fazer os melhores discos e estar na melhor banda do mundo", falou o guitarrista.

O REM entra no Palco Mundo do Rock in Rio à 1h30 desta madrugada de sábado para domingo. Antes, as atrações são o artista americano Beck (22h) e o grupo Foo Fighters (23h45), que, como o REM, fazem o primeiro show de suas carreiras no Brasil.

Michael Stipe, Peter Buck e Mike Mills trazem ao país, como baterista (lugar vago na banda desde a saída de Bill Berry, às vésperas da gravação de "Up", em 1997), o músico Joey Waronker, ex-baterista da banda de Beck e que participou das gravações de "Reveal", em Miami e Dublin, no final de 2000.

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