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16/01/2001 - 03h40

Organização do Rock in Rio espera por mais garrafadas

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ISRAEL DO VALE, da Folha de S.Paulo

A munição usada pelos fãs do Guns N" Roses contra Carlinhos Brown e a Unidos do Viradouro, bombardeados com garrafas d'água no Palco Mundo, no domingo, foi oferecida, em parte, pela própria organização.

"Distribuímos milhares de garrafas de água para tentar reduzir os atendimentos médicos", explica Cesar Castanho, executor das idéias de Roberto Medina.

"Muitos desses garotos chegam logo que abre o portão e não saem do lugar o dia todo e a noite. Não vão ao banheiro, não tomam água; só podem passar mal", diz o poderoso chefão da produção do festival, desviando-se do desfile de adolescentes carregados a três por quatro, sem trégua para os seguranças, na passarela plantada de frente ao palco.

Ao torneio de tiro ao alvo contra os batuqueiros do Palco Mundo, Castanho reage com resignação. "A gente já sabia que aconteceria, como vai voltar a acontecer no dia do heavy metal. É o tipo de público que é mais agressivo. A gente tenta diminuir, mas não tem como evitar."

A falta de lixeiras pelo gramado era gritante num contexto em que a produção sabia que ela e os patrocinadores contribuiriam em muito para as cem toneladas de lixo geradas em três dias -70% delas na sexta e no sábado. Mas tem sentido, para Castanho: "Uma lixeira no meio do público vira arma. Reforçamos a quantidade na área do shopping, colocar aqui seria resolver um problema e criar outro. Minha preocupação prioritária é a segurança".

O zelo com a segurança, num festival que reuniu cerca de 520 mil pessoas em três dias, não pode ser só um detalhe. "Começa na pré-produção, meses antes de o evento ser feito", diz Castanho, exemplificando com a estrutura em aço usada no bloqueio que separa o público do palco. "Isso não existia. Foi feito para o festival, com um material liso para não machucar as pessoas", diz.

Para minorar a prensagem das pessoas, Castanho implantou duas muralhas de contenção no meio do gramado. A estrutura montada sob o palco é luxo só: até banquinho tem -seja para os seguranças poderem ficar sentados, sem atrapalhar a visão do público, seja para ajudar a reabilitar fãs.

O vaivém de pessoas carregadas ajudou a engrossar os 4.019 atendimentos contabilizados em três dias -926, 1.428 e 1.663, entre sexta-feira e domingo, respectivamente.

O aumento foi proporcional à temperatura artística de cada noite do Rock in Rio: começou morno, com James Taylor, ficou quente com REM e Foo Fighters e entrou em ebulição com, quem diria, Guns N" Roses.

Os problemas que mais levaram ao posto médico foram excesso de álcool (35%) e entorses/pequenas escoriações e dores de cabeça/ náuseas (30% cada um). Cinco casos exigiram remoção para o hospital no domingo: três suspeitas de fraturas, uma de isquemia e um problema dermatológico.

Nos dois primeiros dias, 200 mil litros de refrigerantes e 400 mil de chope foram consumidos, tornando as filas na área coberta dos banheiros tão disputadas quanto as das lanchonetes -responsáveis pela marca de 140 mil (caros e sofríveis) sanduíches vendidos.

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