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18/01/2001 - 14h02

Rock in Rio: Tenda Eletro ensina público a gostar de eletrônico

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da Reuters
no Rio de Janeiro

Em um festival como o Rock in Rio, pode soar estranho o fato de haver um espaço reservado à música eletrônica. Mas a Tenda Eletro tem se mostrado um sucesso de público e atrai desde os que aproveitam os intervalos do palco principal para dançar e paquerar até aqueles que vão à Cidade do Rock especialmente para ver as performances dos DJs.

Com noites divididas em trance, hip hop, house, drum n'bass, trance progressivo, techno e tech mix, a tenda, a única que funciona sem parar das 19h às 3h30, ficou com sua capacidade esgotada durante todo o primeiro fim de semana do festival -cabem cerca de quatro mil pessoas na Eletro.

"O Rock in Rio está quebrando barreiras", disse Roberto Pedrosa, produtor responsável pela contratação dos DJs internacionais. "Muita gente que não entende as várias vertentes da música eletrônica está tendo a oportunidade de aprender sobre os diferentes estilos e ouvir sons de excelente qualidade", afirmou.

Segundo Pedrosa, a música eletrônica ainda não está no mainstreem, mas já deixou de ser um movimento exclusivo a clubbers, estando mais acessível a outros públicos -a Tenda Eletro abriga desde adolescentes usando bermudas de surfista até roupas e saltos mais "fashion".

A Tenda Eletro é uma espécie de danceteria na cidade do Rock, com luzes estroboscópicas, dançarinas profissionais que agitam o público de cima de plataformas e onde os DJs comandam as batidas de suas cabines, arrancando até berros ao início de cada música.

"As pessoas gostam de dançar, geralmente estão abertas às novidades e querem conhecer melhor a música eletrônica, mas algumas ainda acham que vão ficar deslocadas se tentarem se integrar ao clubes cariocas ou paulistas", comentou Pedrosa.

"Mas a verdade é que a Tenda Eletro vive lotada e mesmo durante os shows do Palco Mundo muita gente permanece ali, o que mostra que as pessoas estão conhecendo melhor a música eletrônica e gostando. Não acho que o Rock in Rio vá educar tanta gente tão rápido, mas é um bom lugar para plantar sementes e disseminar esse movimento", acrescentou.

Pedrosa fez questão de enfatizar que até mesmo durante o show do Guns n' Roses, no ultimo domingo, a tenda continuou cheia, provando que a música eletrônica passa até no crivo dos roqueiros. "Ficamos um pouco receosos com a programação da tenda e as atrações do Palco Mundo, mas a tenda tem sido tão bem aceita que já formou um público fiel e próprio, que até durante o show da banda de rock mais esperada da noite atrai gente de todo o tipo", afirmou Pedrosa.

"Eu vim ao Rock in Rio ver o R.E.M, o Foo Fighters e o Red Hot Chili Peppers. Mas também gosto de dançar e por isso venho na tenda. Curto trance e esse lugar e maneiro para paquerar", disse Fernando Castro, carioca de 23 anos.

Já a estudante Mariana Sales, de 18 anos, também carioca, afirma ser fã das festas techno do Rio de Janeiro e foi ao Rock in Rio especialmente para ver a tenda Eletro.

"É claro que vou assistir a alguns shows do Palco Mundo, como o do R.E.M, mas vim aqui mais pelos DJs. Muitos DJs cariocas irão tocar na tenda e acho que as apresentações serão excelentes", afirmou.

Mas, mesmo com o sucesso da tenda, Pedrosa explica que a música eletrônica sofre ainda preconceito dos mais leigos porque "as rádios tocam muita porcaria e chamam de techno. Com isso, as pessoas acham que techno é ruim. Por isso é importante ter um lugar como a Eletro, para que pessoas finalmente saibam o que é techno de primeira".

E a previsão é de mais diversão nos próximos quatro dias do Rock in Rio, a começar pela quinta-feira, a noite do puro techno, quando os DJs Kevin Robinson, de Londres, e Westbam, da Alemanha, esquentam as pickups que na sexta-feira receberão o DJ Marky, para uma noite de drum n'bass.

Sábado e domingo são os dias do tech mix e do house, respectivamente, e as principais performances devem ficar por conta de Markinhos Meskita, do Rio, Jim Masters e Lulu, de Londres, Felipe Venancio, de São Paulo e George Morel, de Miami.

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